Muitas vezes olhamos o mundo, como se não fizéssemos parte dele e fossemos apenas meros espectadores de um filme demasiado real e com mais que três dimensões.
Esquecemos os nossos papeis de actores (quase sempre maus...), porque bom é vivermos a nossa vidinha sem grandes chatices. E se tivermos notas suficientes no bolso compramos silêncios lá por casa, com consolas, telemóveis, tablets e computadores. Já nos basta a barafunda dos dias quase sempre iguais.
O único problema, é que de repente os figurantes que temos em casa crescem e também querem ser actores. E se os deixarmos, também querem ser realizadores e fazer os seus próprios filmes. E nós? Além da chatice de termos a pagar este "luxo" (para ver ou não, não é obrigatório), sempre pudemos continuar a ser meros espectadores, com ou sem pipocas...
Não sei se a prática do boxe é a solução, mas parece-me que precisamos de "levar umas peras na cabeça", para perceber que não foram os jovens que desenharam o mundo onde foram soltos. E mais importante ainda, descobrirmos, onde, e quando foi, que errámos...
A coisa mais fácil é culpar os jovens dos muitos excessos com que pintam os seus dias, esquecidos de que eles são as principais vítimas de sermos péssimos desenhadores da realidade...
(Fotografia de Luís Eme)
Um texto que todos deviam ler e reflectir...
ResponderEliminarUm abraço, Luís.
reflectir e agir, Graça...
EliminarLuís, se há culpados, que tenho dificuldade em usar essa expressão no contexto que referiste, não me parece que seja apenas de um lado. Mais e a não esquecer: o mal dos outros não pode servir de justificação para os nossos erros. Portanto, que cada um / parte assuma a sua responsabilidade e deixemo-nos de tretas ou de hipocrisias.
ResponderEliminarNão vejo onde estão as tretas e a hipocrisia, Isabel.
EliminarÉ apenas uma constatação de um pai, que está longe de ser perfeito (isso que não existe...).
O mundo em que vivemos é cada vez mais propenso a distracções. E mais não digo.
Luís, quis referir que nós - todos, jovens, menos jovens - temos de viver no mundo que encontramos e nas circunstância e contextos que existem, o que não significa que não devamos e possamos tentar alterar o que se encontra e que é injusto, incorrecto, etc. E acho que neste caminho não vale a pena, porque desgastante e jogo de pescadinha de rabo na boca, procurar culpados acerca do que designas de desenho do mundo. Nesta sequência, e agora vem a explicação de ter utilizado os termos "hipocrisia e tretas", à pala disso de vez em quando ouve-se o sacudir a água do capote com justificações deste tipo "ah, não fui eu que fiz isto assim, já encontrei este estado de coisas e continuo como estava". Quero dizer que o facto de ser sempre assim ou por se ter encontrado "as coisas" de determinado modo, não justifica que se reproduza o modelo se se considera incorrecto. Pode-se ir à luta e ser proactivo.
EliminarA expressão não se aplicava a ti ou ao teu ponto de vista, mas sim a um eventual extremar de posição no que respeita a querer-se pôr nos outros a culpa sobre o estado de coisas, "só" porque se encontrou assim.
Não tenho a certeza se expliquei o meu entendimento. Posso voltar caso não tenha sido clara.
Um texto a pedir séria reflexão. Eu não tenho dúvidas de que grande parte dos problemas que os jovens criam ou em que se vêm metidos, a culpa é nossa, enquanto pais, avós, e professores.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Também penso que sim, Elvira.
EliminarTantas vezes que o pai diz uma coisa e a mãe o seu contrário...