Há lugares que nos oferecem uma perspectiva diferente da cidade. Nem sempre nos apercebemos da imensidão de prédios que nos separam do rio... Muito menos das vontades de quem habita estas quase torres, com um pé em Almada e outro em Lisboa.
Talvez seja por isso que há quem nunca "tenha tempo" para descer até Cacilhas, muito menos conheça o Ginjal e a beira rio. Ou então conhece-os apenas de "fotografias"... não percebem o papel do Tejo em relação a tudo isto (é quase um santo milagreiro...).
Talvez para eles, não exista apenas um "mar" de casas a separá-los. Há também um "oceano" de ruínas à beira rio, que está longe de ser convidativo, pelo menos para quem não gosta de conviver com o abandono...
Claro que eu também gostava que a nossa margem fosse diferente. Que os governantes não tivessem andado tanto tempo com as mãos nos bolsos e a assobiar para o ar, em vez de tentar resolver o problema. E ainda menos que optassem por culpar os "donos das ruínas" e o "porto de Lisboa", quando se fala do Ginjal...
(Fotografia de Luís Eme)
Luís, um bom exercício é treinar o olhar, incluindo o dirigido para nós, a partir do lado de cima metafórico. Como se estendêssemos um lençol sobre a poeira e ruido dos dias e ver o que sobeja.
ResponderEliminarOlhar em todas as direcções é sempre um bom exercício, Isabel.
EliminarE também é saudável esquecermos que temos umbigo...
E é uma bonita perspectiva.
ResponderEliminarAbraço
Como imagem, sim, Elvira. :)
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