segunda-feira, fevereiro 15, 2016

O Homem do Cachimbo e os Intelectuais


Há pessoas que gostam de "decretar" o fim das coisas.  Como devem calcular, não estou a falar da mercearia de esquina que nunca mais voltou a abrir. E muitas vezes quanto maior é a sapiência, maior costuma ser o trambolhão nestas "certezas"...

Por exemplo, já ouvi dezenas de vezes a frase de que já não existem intelectuais. Não sei até que ponto é verdade, por nunca ter percebido muito bem o que é isso de ser intelectual. E também não tenho a certeza que foi uma invenção dos comunistas, para catalogar os seus pensadores sem qualquer grau académico, mas com um conhecimento profundo de quase todas as teorias do mundo (graças à leitura...). talvez seja apenas um estado de alma...

Mas gostei do ar de surpresa da minha filha ao descobrir na rua um homem de meia idade a fumar cachimbo, algo que ela disse só conhecer das séries do século passado que eu gostava de ver na RTP Memória ("Poirot" e "Sherlock Holmes"). E acabámos os dois a sorrir.

Mas o mundo mudou um bocadinho. Por exemplo, as pessoas que escrevem são cada vez mais normais (só alguns artistas plásticos e músicos é que ainda gostam de se vestir como se estivessem ligados ao mundo da moda...), não usam "papillon" ou boina basca, nem fumam cachimbo. Três "retratos" que também faziam parte dos desfiles do Chiado (que ainda era possível encontrar antes do grande incêndio...), a par das senhoras bem vestidas que enchiam as casas de chá com sacos de compras.

(Fotografia de autor desconhecido)

4 comentários:

  1. Eu desconfio dos que se dizem intelectuais... Gosto de pessoas cultas seja lá em que campo for...
    Um abraço, Luís.

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  2. Eu não desconfio nem confio, Graça. :)

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  3. Recordo, não há muitos anos, o "papillon" do Baptista Bastos a descer a Rua de São Pedro de Alcântara.
    Antes do incêndio, quando eu -ainda um menino- subia para o Largo do Chiado, lembro-me do Vitorino (de boina basca) sentado numa das meses da Leitaria Garrett, uma pequeníssina leitaria (com uma decoração para o azul) que existia mesmo em frente ao Eduardo Martins...

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    1. Também me lembro desses dois "figurões" e de outros tantos, Severino, que contrastavam por exemplo o com bom do Zé Gomes Ferreira, esse "avô", do mundo.

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