quinta-feira, novembro 12, 2015

Uma Cidade Diferente Feita com Pessoas Diferentes


Ao longo da minha vida fui-me cruzando com várias pessoas que estão sempre certas e nunca se enganam. E quando metem os pés pelas mãos, raramente dão a mão à palmatória. Se tiverem alguém a jeito por perto para arcar com as culpas, "sacodem o capote" com a maior das facilidades.

Quando este comportamento apenas se verifica na Colectividade da nossa rua, com o presidente que continua a dirigir com a cartilha de Salazar debaixo do braço, as pessoas prejudicadas são em número relativamente reduzido. Agora quando esta forma de estar é protagonizada por um político importante (sei que o Presidente da República é o melhor exemplo desta espécie, que tanto mal tem feito ao país, mas não me vou focar nele, desta vez...), que geriu uma das principais autarquias do país, quem fica a perder são todos os seus cidadãos.

Não basta que estes indivíduos se afirmem como as pessoas mais sérias do mundo (dizem muitas vezes estas balelas, o que também é perigoso, porque somos sempre maus juízes em causa própria...), que fazem tudo pelos outros etcétera, quando na prática governam como se estivessem nas suas casas, como se o bem público lhes pertencesse e aos amigos.

Se ainda não perceberam, eu estou a falar de Rui Rio e da Cidade do Porto.

Com alguns dos caprichos que são mantidos por muita gente de direita (e também de alguma esquerda, como acontece por vezes em Almada...), ele foi destruindo muita da cultura que se fazia na cidade que governou, especialmente aquela que estava mais dependente dos apoios do Município. Em alguns casos poderia ter razão, mas na maioria não tinha. E quase como provocação, apoiou gente que veio de fora apenas para ganhar dinheiro, sem deixar qualquer marca cultural no Porto.

Felizmente com Rui Moreira tudo isto mudou, muito graças ao papel do seu vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva (que não conheci e penso nunca me ter cruzado com ele...), que nos deixou ontem. 

Embora não existam pessoas insubstituíveis, ele vai fazer muita falta ao novo Porto, que é hoje uma cidade diferente, muito mais aberta ao exterior e com muito mais oferta cultural.

6 comentários:

  1. Fiquei a saber ontem, exactamente por Paulo Cunha e Silva ter morrido que o Porto teve o privilégio de ter na área da cultura uma pessoa muito competente. Vai fazer falta neste país onde, como dizes quase todos "governam como se estivessem nas suas casas, como se o bem público lhes pertencesse e aos amigos".
    Um abraço. Luís.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Infelizmente a maior parte dos políticos não passam de medíocres.

      Quando aparece alguém que consegue fazer algo de positivo, pela diferença qualitativa, ficamos todos a ganhar Graça.

      Eliminar
  2. Luís

    um texto muito lúcido e pertinente.

    parabéns

    bom fim de semana.

    beijos

    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É que este Porto é muito melhor que o outro do Rio, Piedade.

      Até parece que o Sol aparece mais vezes pela Ribeira...

      Eliminar
  3. Homens de saber e competência, não deviam partir tão cedo, mas ninguém tem a vida nas mãos. Com a morte dele, não foi só o Porto que perdeu. Fomos todos nós.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  4. Sem qualquer dúvida, Elvira.

    ResponderEliminar