sábado, janeiro 31, 2015

O Começo dos Livros


Quem olhar para este título poderá pensar que vou falar do começo dos livros que abrimos para ler. Mas não, vou falar do começo dos livros que nascem numa folha branca de papel ou no espaço claro do monitor do computador.

Das imensas distracções que surgem para que tudo continue em branco...

Da espera incessante para que apareça o tal "fio condutor" de todas as histórias, mesmo as que se afastam da ficção e apenas pretendem retratar um tempo, uma pessoa, através do manuseamento atento de documentos, das conversas inacabadas com que viveu ou conheceu de perto o nosso objecto de estudo e trabalho.

A ficção é diferente. Às vezes o problema não é o princípio mas o meio. O não encontrar a "obsessão" necessária, não sentir as personagens a fugirem de nós, a ganharem vida própria. Sei que há escritores que nunca sentem isso (mas esses nunca conseguem escrever histórias do "arco da velha"...).

Não tenho qualquer dúvida que gosto mais de escrever ficção que ensaios ou biografias. Mas também sei que a ficção está cada vez mais condenada à "gaveta"... 

Sim, e também prefiro a "gaveta" aos "contratos" que se praticam por aí nos nossos dias, em que algumas editoras não só querem que paguemos a impressão dos livros, com ainda querer lucrar com o nosso trabalho. Ou então sou eu que edito os meus livros (já o fiz mais que uma vez, quando tinha mais dinheiro na carteira...).

O óleo é de Katie Ohagan.

6 comentários:

  1. Escrever um romance ou um conto não é tarefa fácil... Eu nem me atrevo a começar.
    Um abraço, Luís.

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  2. Se escrever é difícil, editar em Portugal é ainda mais difícil.
    Um abraço e bom Domingo

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    1. sem dúvida, Elvira.

      e cada vez é mais dificil.

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  3. Mas se nos dá prazer... :)

    bjs

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  4. é isso, Rita.

    e ainda não se paga imposto. :)

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