terça-feira, novembro 04, 2025

A forma como julgamos os outros...


Julgamos tantas vezes os outros, partindo apenas das nossas convicções e da nossa experiência de vida...

Pensei nisso depois de ouvir um desconhecido a divulgar, alto e bom som, numa rua movimentada de Lisboa (o senhor queria muito ser ouvido por quem passava por ali, naquela "encenação"...), que «podia haver igual, mas mais honesto que ele, não havia ninguém na terra». 

Sorri sem parar e sem perceber muito bem se o alcance daquele "terra" era mesmo planetário. Provavelmente era...

Nunca fui capaz de dizer algo do género, talvez por ter sido educado a nunca dizer algo do género. São conclusões que devem ser tiradas por terceiros e nunca por nós próprios.

Lembrei-me logo de duas pessoas: um primeiro-ministro, que transformou o país de uma forma miserável (continuamos a pagar por isso, sobretudo na forma egoísta como olhamos para o dinheiro e para as coisas do mundo...), que se vangloriou que "estava para nascer a pessoa mais séria que ele", mesmo que tivesse atrás de si, pelo menos dois ou três rabos de palha... A outra personagem que me veio à cabeça foi  João Noronha Lopes. Quando o vi na televisão a mostrar publicamente as suas declarações de rendimentos e a gabar-se dos milhões que ganhara como empresário, deixei de sentir confiança nele, deixou de ser o tal "candidato da mudança"...

É possível que exista algum preconceito nesta forma de olhar e julgar os outros. Mas somos o que somos, muito pelo que nos ensinaram e pelo que vivemos...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


2 comentários:

  1. Duvido sempre de quem usa o eu com frequência, sobretudo para se colocar acima de qualquer vulgar cidadão .
    Normalmente também arrastam nesse sistema os filhos, os netos que são sempre os melhores do mundo.

    Abraço

    ResponderEliminar