Começou a dar nas vistas bastante cedo, graças à sua qualidade como "jogador da bola", despertando o interesse dos dois grandes clubes lisboetas, com o Benfica a conseguir levar a melhor (embora ele tivesse de se esconder e de viajar como "Rute"...) e a trazê-lo para a Metrópole.
Eusébio era de tal forma talentoso, que em pouco tempo a equipa do Benfica, Campeão Europeu, passou a ser composta por ele e mais dez.
Embora hoje se fale pouco nisso, o facto Eusébio de ser o "melhor de todos", foi muito importante para se esbater a diferença de cor de pele na sociedade de então, ao ponto de muitos dos seus patrícios, se tornarem um bocadinho menos racistas e fingirem que ele era "branco".
Até mesmo o ditador Oliveira Salazar se enchia de orgulho quando cumprimentava o "King", ao ponto de o ter classificado como "património de Portugal".
Escrevo sobre isto, porque fico com a sensação de que hoje há quase uma urgência no nosso país, em se arranjar um novo craque, de pele mais escura, com dimensão planetária.
Talvez assim deixassem de mandar as pessoas de cor mais acastanhada, para a "sua terra", mesmo que estas tenham nascido em Portugal e tenham os mesmos direitos e deveres de qualquer cidadão português...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
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