quarta-feira, setembro 13, 2023

Natália...


A minha singela homenagem a uma grande Mulher, das mais livres e corajosas do século XX (poema escrito há vinte anos, mais mês menos mês...), no dia em que faz 100 anos.

Natália
 
Não gostas de ser descrita
como uma mulher bela e sedutora,
preferes a dama inteligente e insubmissa
que escreve de uma forma avassaladora
e é o pesadelo de qualquer homem apaixonado...
 
não gostas da vulgaridade,
espalhas o teu ser diferente
pelas ruelas e bares da cidade...
 
Na bruma de um cigarro
Matas a secura quase infinita
Com o liquido ardente que te aquece...

Luís (Alves) Milheiro
 
 

(Fotografia de Luís Eme - Caramujo)


6 comentários:

  1. Bonito poema, Luís.
    Segundo o meu pai, ele que tanto sabia da poda, a mulher mais bela das que por aqui andaram… andam…, dita a frase num tempo em que ainda lhe faltava conhecer a outra face de Natália. Ou retrato que Ary dos Santos, outro muito grande, lhe deixou:
    «É isso. Uma vestal iluminada
    uma deusa rangendo uma secreta
    porta barroca aberta para o nada
    que é o docel da cama do poeta.»

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    1. Embora ela não descurasse a beleza, queria mesmo era ser livre, Sammy.

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  2. Cito de cor e sujeito a errar:
    "Isto não é um casamento de cópula é um casamento de cúpula! "
    Num hotel onde estranharam que sendo casada (com Dórdio Guimarães,eterno apaixonado)pedira dois quartos independentes.

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    1. Era muito frontal a Natália, José. Nunca teve medo das palavras.

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  3. Respostas
    1. Merece ser recordada, Rosa, pelo que foi e pelo que representa.

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