terça-feira, setembro 19, 2023

O outro lado do futebol (com pessoas como nós)...


Felizmente o futebol às vezes consegue escapar ao negócio e a toda a clubite doentia, que o suja e empobrece.

Hoje deixou-nos um treinador brasileiro, que tive a felicidade de conhecer e de ouvir excelentes histórias de um futebol que já não existe, o grande (em tamanho e em qualidade humana) Marinho Peres. 

E depois acabei por me lembrar de outro excelente treinador (que também foi um grande jogador, internacional, como o Marinho...), o Jaime Graça, que também me contou vários episódios inesquecíveis, dos seus tempos de atleta e também de técnico. Estupidamente o Jaime nunca pode demonstrar o seu real valor como treinador. Foi como se o seu nome tivesse sido "vetado" na primeira divisão dos nossos campeonatos... 

Fingiu que não se sentiu incomodado ou injustiçado, por saber que havia coisas mais importantes que o sucesso (sucesso que conheceu muito bem como jogador, pois fez parte da selecção dos "Magriços", que obteve o excelente 3.º lugar no Mundial da Inglaterra e foi um dos grandes jogadores do Benfica dos anos sessenta...). E depois fez um trabalho notável no futebol juvenil do Benfica..

E por falar em "sucesso", fiquei muito feliz por o João Félix estar a brilhar no Barcelona (hoje marcou mais dois golos...) e demonstrar que os vários problemas que enfrentou no Atlético Madrid, tinham pouco a ver com o seu valor como futebolista...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


4 comentários:

  1. Marinho Peres: gostava de futebol e da vida. Lembro-me de numa entrevista ter dito que o prato que mais gostava em Portugal era cabrito assado no forno, batatinhas, ceblinhas, arroz de forno.
    Lembro-me também que, enquanto treinador do Belenenses «roubou» ao Benfica uma Taça de Portugal

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    1. Marinho Peres foi treinador e jogador numa época em que havia mais liberdade, este espectáculo não era levado tão a sério e embora já movimentasse muito dinheiro, não se compara com a "ditadura financeira" dos nossos dias, onde se fica com a sensação que o dinheiro compra tudo, até o corpo e a alma dos jogadores e treinadores, Sammy.

      A Arábia Saudita é o grande exemplo disso...

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  2. No tempo do Marinho Peres o futebol ainda não era uma indústria.

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    1. Sim, nadava-se em tostões e agora é em milhões, Severino...

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