terça-feira, julho 25, 2023

Seremos sempre diferentes, apesar das insistências...


Continuamos com alguma dificuldade em aceitar que somos diferentes, não apenas pelas coisas mais visíveis, ligadas ao corpo.

É por isso que algum feminismo se torna ridículo (deve continuar a existir "machismo", mas está cada vez mais escondido...), porque quer que sejamos iguais, muito para lá dos direitos. Se nós pensamos e olhamos para as coisas de maneira diferente, não podemos ver as mesmas coisas, aqui e ali.

Tudo isto a propósito de uma conversa que tive com uma amiga socióloga, sobre o nosso comportamento em grupo. Disse-lhe que se se acabarem com "as conversas de homens", onde se dizem palavrões e se usam palavras politicamente incorretas (sim, nós entre homens continuamos a falar de pretos, de paneleiros, de putas, entre outras coisas parvas e ofensivas...), perdemos alguma (ou muita...) liberdade. E não é por dizermos essas parvoíces que somos mais ou menos racistas, machistas, homofóbicos.

Ela disse-me o óbvio, que provavelmente isso nunca iria acontecer, tal como  "as conversas de mulheres". Acrescentou que precisamos dos "grupos sexistas" para existirmos, e que é preferível os encontros de amigos no café a dizerem coisas parvas, que os novos grupos, em que se juntam para fazer muito mais que porcaria, nos estádios de futebol e afins.

Mas o mais curioso foi ela dizer, que "as conversas de homens", mesmo que tivessem bolinha, deviam ser quase sempre mais interessantes que as "conversas de mulheres", muito mais focadas em modas, decorações, cremes, dietas, etc...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


7 comentários:

  1. Por acaso não sou minimamente focada nesses temas feminimos , segundo a tal socióloga .
    ';))

    Abraço

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  2. Os homens que falam dessa forma são simplesmente retrógados. Não evoluíram. Essa sociológa errou na profissão se pensa que as mulheres apenas falam sobre esses assuntos. É para dizer francamente!!!

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    1. Não me parece que a palavra retrógado seja a mais apropriada, Catarina.

      Nem devemos olhar o mundo apenas pelo nosso prisma. Se eu leio normalmente mais de quarenta livros por ano e se mais de metade dos portugueses não lê um único livro... é óbvio que vivemos em "universos diferentes", olhamos para o mundo que nos cerca de uma forma diferente.

      O mundo é o que é, e todos precisamos de momentos parvos, para descontrair, para desabafar. O importante é não se esquecermos das coisas que realmente importam e percebermos que o mundo está cheio de cores e paladares diferentes. :)

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    2. Compreendo o que estás a dizer, mas por leres 40 livros por ano e eu ler 100 (não estou a “inventar” – tenho mais tempo que tu!! : ), não quer dizer ncessariamente que eu viva num universo muito diferente do teu. Vou mais para o ambiente/sociedade em que vivemos.
      Reitero que nenhuma sociedade é perfeita, só que umas são melhores que outras. ; ) Há aquelas que são muito sensíveis a termos derrogatórios, ofensivos, que alteram terminologias de forma a aceitar qualquer forma de pensamento, expressão, género e por aí adiante... Há termos que fazem parte do passado, que há muito deixaram de ser usados... pretos, putas, paneleiros... As pessoas já não falam nesses termos (minha experiência). Agora o que se usa muito são obscenidades... não direcionadas a ninguém (de uma maneira geral : )), apenas fazem parte das frases do dia a dia... tendo em atenção quem está presente, evidentemente... : ) “The f word”, como dizemos, é usada a torto e a direito, por membros de qualquer extrato social e de qualquer formação académica.
      Dizem alguns cientistas que longe de serem vistos como vulgares ou como uma sinal de baixa inteligência, os palavrões podem produzir um estado de excitação emocional com muito mais eficácia do que qualquer outra palavra que usamos. E mais, há ainda quem considere que as pessoas que têm este vocabulário rico e variado tendem a ser mais inteligentes, mais confiáveis e honestos!!!

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    3. Apenas mais um exemplo da diferença entre sociedades... fora de contexto, é certo, mas mesmo assim digo. “Cartão de Cidadão”. No Canadá, mais ou menos a partir do início dos anos 80, esse cartão nunca teria esse nome. E sabes bem ao que me estou a referir. : )

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    4. Catarina, eu apenas queria referir que é uma lacuna cultural, não se ler um único livro num ano... E provavelmente que não leu um livro em 2022 também não leu em 2021 ou 2020.

      E isso reflete-se em quase tudo. Não falo de quem leu meia dúzia, uma dúzia ou duas dezenas de livros (muito menos de quem ultrapassa as três dezenas, que são uma minoria muito pequena...).

      Ler é saber, é conhecer, é pensar, é imaginar, é sonhar...

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