quarta-feira, junho 16, 2021

A Sorte, as Escolhas & as Opções


É costume dizer-se que não há campeões sem sorte, e é verdade. Há sempre uma ou outra vitória, que só se torna possível graças aos chamados "imponderáveis" do desporto...  

No futebol isso costuma acontecer quando a melhor equipa tem de enfrentar mais que os onze jogadores adversários do costume. Além do famoso trio que leva um apito e bandeirinhas para o relvado - que durante hora e meia age como se fosse dono do campo e da bola e têm o poder de "inclinar o campo de jogo" para um dos lados -, também tem de lutar contra os postes, a trave (que podem funcionar quase como um íman...), ou contra um guarda-redes que se vai agigantando, "reduzindo" o tamanho da baliza, ao mesmo tempo que os minutos começam a escassear e os jogadores vão perdendo a frescura física e mental, passando a ser apenas onze jogadores e não uma grande equipa de futebol.

Tal como a água dos rios não passa pelo mesmo sítio duas vezes, é de todo improvável que a selecção portuguesa de futebol tenha a mesma "estrelinha da sorte" que teve no Euro-2016, quando se sagrou Campeã da Europa.

Como contrapartida possui uma selecção muito mais forte, com jogadores mais experientes e com mais qualidade (Penso que só a França possui uma equipa tão, ou mais, equilibrada e valiosa) Ou seja, pode ter uma "estrelinha da sorte" mais pequenina e demonstrar durante os jogos que é realmente uma das melhores equipas do Mundo.

E é aqui que começam as minhas dúvidas, que cresceram depois do primeiro jogo, quando enfrentámos um adversário fraco (quando comparado com a Alemanha ou França) , e a quem, durante mais de oitenta minutos, não conseguimos marcar um único golo. E também não ajuda muito ter um seleccionador conservador, com medo de fazer substituições e alterar o rumo das coisas...

Não tenho dúvidas de que Portugal só será uma grande equipa se jogar com os melhores jogadores, e nas posições em que se sentem mais confortáveis e capazes de oferecer um maior rendimento ao colectivo.

Exemplos? Na defesa acho inconcebível que jogue Rafael Guerreiro no lado esquerdo, quando temos um Nuno Mendes, que apesar da sua juventude, é muito melhor que o companheiro. No meio-campo continuamos a jogar com dois trincos quando temos um Renato Sanches, pleno de confiança e força. Ainda no meio-campo, além do aparente cansaço de Bernardo Silva e Bruno Fernandes, é notório que jogam fora das zonas de campo onde podem ser mais influentes. E no ataque, não percebo como é que possível jogar sem João Félix... 

Claro que estes exemplos prendem-se com as minhas preferências pessoais, mas gostava de ver a nossa Selecção a jogar ao mesmo nível da qualidade dos nossos jogadores, que são mesmo dos melhores do mundo.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


6 comentários:

  1. Está bem que demoraram a marcar e que a Hungria não se compara aos outros adversários que os esperam mas que são bons, são!

    Abraço

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    1. Depende da avaliação que fazemos, Rosa.

      Claro que defenderam melhor do que o que nós atacámos, mas o que conta no futebol são os golos. :)

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  2. É preciso dizer que a Hungria jogou sempre com 5 defesas....às vezes era 5-4-1...isso também é importante! Mas concordo que o Fernando Santos tem medo de arriscar🙄

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    1. Sim, eles passaram o tempo quase todo a defender, Maria.

      O Fernando Santos parece contar mais com a sorte do que com o talento dos seus jogadores.

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  3. Ó Luís concordo (parcialmente) com a tua análise.
    O Nuno Mendes creio que é bem melhor que o Rafael Guerreiro (com o senão da inexperiência).
    O meio campo é Danilo, Renato Sanches, Palhinha e Moutinho.
    Só tenho dúvidas é sobre o João Félix - é que na Selecção, tal como acontece com o Bruno Fernandes, nunca o vi jogar bem, mas não quer dizer que, tal como o André Silva ou Pote, não pudesse entrar no jogo substituindo o Diogo Jota que já se está a "convencer" demasiado que "é bom".

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    1. Não podemos ter só médios defensivos no meio campo, Severino. :)

      Palhinha provou no último jogo que está um patamar acima de Danilo e William.

      Tens razão, há jogadores que têm dificuldade em jogar bem na selecção. Mas a culpa pode ser do sistema de jogo. Nos dois primeiros jogos vi muitos jogadores quase perdidos dentro de campo...

      Diogo Jota é craque (pena o Bernardo Silva estar muito desgastado, assim como Bruno Fernandes).

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