terça-feira, dezembro 15, 2020

A Gaveta das Fotografias com Histórias e Pessoas...


Não sei se é por ter muitas fotografias, que olho cada vez menos para elas. Além dos álbuns guardados, tenho uma gaveta cheia de envelopes, quase temáticos. 

Talvez não queira olhar de frente para o passado, por saber que as fotografias são um dos melhores "bilhetes" para qualquer viagem que queiramos fazer no tempo. 

E se forem quase antigas, não há forma de fugirmos à nostalgia... Quando damos por isso, estamos a fazer festas às fotografias que têm dentro pessoas de quem gostamos.

Não escrevo isto a pensar nas diferenças que encontramos em relação ao que fomos e ao que somos, mas sim na sensação de perda que experimentamos ao olharmos pessoas que deixámos de ver e ter por perto, e dos lugares que deixámos de percorrer. 

Sabemos que não são apenas os acasos da vida que nos "roubam" pessoas. Quando queremos mesmo "desaparecer" de qualquer lugar e tentar "ser outra pessoa", também é possível partir sem deixar rasto. 

E nem estou a pensar nos ex-namoradas ou namorados, que mesmo quando as coisas não acabam muito mal, queremos vê-los longe da vista e do coração.

Sim, também se parte voluntariamente...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


4 comentários:

  1. Sammy, o paquete16/12/20, 15:30

    Todos os dias acorda cansado.
    Este cansaço pandémico que lhe tolha os passos, as ideias, logo nos primeiros instantes de qualquer começar de dia.
    Tivesse ele o arquivo fotográfico que está por aí, e não andava a esgravatar palavras que teimam em sair, e quando espirram, não sabe o que querem dizer.
    Por fotografias, recorda-se de um poema de Pedro Mexia, que não faz parte das suas leituras, por motivos que agora não interessam, e que fazia parte de um dos seus primeiros blogues:
    «Tenho fotografias que provam que nunca exististe.»

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    1. Esse cansaço, deve ser geral, Sammy.

      Sinto que envelheci uns dez anos em meses.

      Sei que devia levantar os braços, mas está difícil...

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  2. Temos que lutar e ir em frente porque isto há-de passar e vamos vencer -tudo tem um fim-!

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    1. É verdade, Severino. Mas isto tem sido demais...

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