Apesar de existir por aí muito boa gente que gosta de nos retratar, em alguns esboços "fadisteiros", vestidos de cores escuras, e misturados com a tristeza e melancolia, penso que estão ligeiramente enganados.
Provavelmente já fizemos parte desse "retrato", mas isso aconteceu num tempo especial, em que quase todos os dias nos roubavam coisas e não tínhamos grandes motivos para sorrir (sim, falo do período de 1926 a 1974...). Estávamos "viúvos" da liberdade...
Hoje, não somos exactamente aquele povo que foi retratado por um político holandês (do Sol, das mulheres fáceis e das bebidas fortes...). Sim, ele não pode, nem deve, confundir os seus amigos governantes e empresários, com o povo português.
Mas continuamos a ter uma característica muito nossa: somos capazes de nos rir de nós próprios. Explico isto com dois bons exemplos: a criação pelo grande Rafael Bordalo Pinheiro do já centenário Zé Povinho, que ainda "anda aí para as curvas", e a popularidade do teatro de revista, durante a ditadura.
As palavras são tramadas, queria colocar por aqui, uma simples transcrição, que também fala de nós como povo, da tal capacidade de nos rirmos de nós próprios e de invenção, ao mesmo tempo que mostra que olhamos com bonomia (se calhar demasiada...), para os políticos, hábeis na oratória e na manipulação de dados, como é o caso do nosso actual primeiro-ministro.
Mas vamos lá à anedota que recebi por e-mail:
"O Custo de Vida"
- Tem a palavra o Senhor Deputado do BE.
- Senhor Primeiro-ministro, isto está de tal maneira, que até as raparigas licenciadas, têm de se prostituir para sobreviver.
O Senhor Primeiro-ministro com o seu sorriso, responde:
- Lá está o Senhor Deputado a inverter tudo, o que se passa é que o nosso sistema de ensino está tão bom, que até as prostitutas hoje são licenciadas...
Eu sei que devíamos ser mais exigentes com esta "gente", mas não é das coisas piores, esta criatividade e capacidade de nos rirmos de nós próprios.
(Fotografia de Luís Eme - uma parede alegre do Barreiro)
O senhor PM sofre do síndrome do Otimismo.
ResponderEliminarGosto dessa foto que ainda não descobri onde é apesar de ter andado há pouco tempo a fotografar as pinturas de rua e há algumas que são mesmo obras de arte.
Abraço
Acho que sofre de outro síndroma, deve olhar-se ao espelho e perguntar todas as manhãs, se há alguém em Portugal mais popular que ele, Elvira. :)
EliminarE esta, um almadense a explicar a uma barreirense, onde fica um belo desenho de arte de rua?
A fotografia fica perto daquele quase jardim, no centro do Barreiro (onde esta a estátua de Alfredo da Silva), No canto direito, onde estão pessoas, o casario que se vê, é da zona da estátua, onde existem quiosques. Ou seja, fica numa rua transversal, quase logo no seu início, junto a um café, quase taberna... (espero ter sido explícito)
Pois não conheço, mas vou ver onde é. Tenho aulas de antropologia à quarta feira na última dessas transversais no auditório da biblioteca. Quarta feira vou mais cedo e vou procurá-la.
ResponderEliminarAbraço
Abraço Elvira. :)
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