Se há coisa que me incomoda ouvir nas ruas e nos cafés são as discussões doentias sobre futebol, quase sempre distantes do jogo em si, pois fala-se sobretudo de clubes e de árbitros.
Sim, raramente ouço falar da beleza do jogo, da qualidade técnica dos jogadores ou da sabedoria dos treinadores (ou da falta de ambas as coisas...).
O amor e o desamor pelos clubes torna impossível a existência de uma conversa normal sobre um jogo de futebol. A "cegueira" e a desconfiança (sempre que uma equipa é beneficiada a primeira coisa que se diz é que "o árbitro estava comprado"...) são mais fortes que tudo o resto.
O mais curioso, é que estas "discussões de café" são alimentadas diariamente em programas transmitidos nos canais de notícias dos principais operadores televisivos, com comentadores que são capazes de dizer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário, sem qualquer pudor.
O grave da questão é que esta "clubite", também é, cada vez mais, praticada na política, e pelos próprios dirigentes partidários (muitos deles também comentadores televisivos, que têm o mesmo comportamento dos seus colegas do desporto, dizem uma coisa hoje e amanhã outra, completamente diferente, como se não existisse memória...
Só assim é que se percebe que quando o líder do maior partido de oposição apoia a existência de "pactos de regime", em áreas sensíveis como a justiça ou a saúde, defendidas pelo Presidente da República, tenha a oposição de gente do seu partido, que prefere o "bota abaixo", a "intriga" e a "mentira", à defesa dos interesses e das condições de vida dos portugueses e de todos cidadãos que vivem no nosso país.
(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)
Onde é que eu assino, Luís?
ResponderEliminarAbraço e bom domingo
Abraço e bom domingo, Elvira.
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