Há pessoas que partem, para não voltar.
Sei que são mais do que parecem... Porque só algumas cabem na nossa memória.
Se um amigo não começasse a falar da nossa rua de infância e das pessoas que cirandavam à nossa volta, não me recordaria da Dulce.
Falámos dela por nunca mais termos tido qualquer notícia. Um amor tonto e uma gravidez inoportuna levaram-na para o Canadá e depois para a Austrália.
Ele gostou dela... talvez por ela não gostar dele. O que não faltam por aí são histórias de amor trocadas.
Ele gostou dela... talvez por ela não gostar dele. O que não faltam por aí são histórias de amor trocadas.
Entretanto passaram trinta e alguns anos e um sem número de histórias com casamentos, divórcios, filhos, netos, amantes...
Ele confidenciou-me que gostava de a voltar a ver. Disse-lhe que talvez fosse boa ideia comprar um bilhete para a Austrália, até porque se ela alguma voltou ao nosso país, foi quase de forma clandestina, apenas para ver os pais e os irmãos.
A Dulce é apenas um exemplo de que os sítios onde vivemos e as pessoas com quem nos cruzamos todos os dias, nem sempre nos deixam felizes...
(Fotografia de Luís Eme - Cabo Espichel)
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