Alguns amigos chegaram-me a falar da possibilidade de a Incrível Almadense vir a ter problemas no futuro, com o edifício onde está instalada a sua sede social, após a morte do seu principal proprietário. Porque os herdeiros poderiam pensar apenas no prédio e não em toda a história que este encerra. Uma história que já terá mais de 118 anos, como edifício-sede, da Colectividade mais antiga de Almada, que comemorou em Outubro de 2018, 170 anos de vida associativa, ininterrupta.
Infelizmente foi isso acabou por acontecer. E a Incrível Almadense foi notificada que a sua renda ia ser actualizada (para valores obscenos...), porque há muitos anos que não sofria qualquer aumento...
Claro que todos sabemos que a lei não contempla questões morais ou éticas. Mas devia. Pois no caso particular do prédio onde está instalada a sede social da Incrível, sabemos que seu senhorio não realizou qualquer obra de beneficiação, pelo menos nos últimos cinquenta anos (provavelmente o número real está mais próximo dos 100 que dos 50...).
Poderia enumerar dezenas de obras, algumas avultadas, como foi a substituição do telhado, da canalização, da instalação eléctrica, das janelas e portas, das múltiplas reparações de paredes, das pinturas, interiores e exteriores, etc. Ou seja, a Incrível gastou milhares de euros em benefício de umas instalações, que sempre considerou suas (é importante referir que a Colectividade tentou comprar o prédio várias vezes, mas o principal dono, disse para não nos preocuparmos com isso, por que era um processo complicado, havia muitos herdeiros, etc), com o apoio dos associados e também do Município e da Junta de Freguesia.
Nada que incomode os novos senhorios. Eles querem lá saber dos 170 anos de Incrível, de todo o seu passado histórico, que tanto dignifica a Cidade de Almada. Querem sim, dinheiro, quanto mais melhor.
Claro que não alugarão o prédio a ninguém, pelo valor que que estão a pedir à Incrível. Mas vão conseguir ficar "famosos" em Almada, por retirarem a Incrível no espaço que funciona como sua sede social, há mais de 100 anos (118, segundo os relatos dos antigos...).
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Hoje em dia as pessoas não têm em conta valores alguns. Só têm um Deus. O dinheiro. E por ele, matam, e destroem tudo o que se lhes oponha.
ResponderEliminarAbraço
É, Elvira, são uns tempos de vergonha e de demasiadas misérias humanas...
EliminarQue pena!
ResponderEliminarOs herdeiros querem lá saber da história de uma comunidade...
Lembro-me bem deste edificio.
Abraço
É verdade, só vêm cifrões à frente, Rosa...
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