O texto de ontem, assim como o de hoje, são fruto de uma conversa sobre este nosso país com dois amigos (e ainda não tínhamos visto a fraca figura do "morto-vivo", que foi primeiro-ministro e presidente da república, na televisão, a comentar a "gravidade" da aprovação da eutanásia...).
Estivemos de acordo, não só em relação ao "espelho salazarento", mas também na forma conservadora como a igreja católica tenta condicionar os nossos dias, como acontece agora com a Eutanásia e aconteceu com o Aborto, e com tantos outros temas, chamados "fracturantes".
Sabemos que, se há alguém com responsabilidades de ainda sermos o país do "caciquismo local" e das "virtudes públicas e dos vícios privados" é o catolicismo, que reina entre nós desde o principio da nacionalidade.
Desde a meninice que me faz confusão ver os cardeais, bispos, padres e sacristães, do lado dos mais fortes, ao contrário de Jesus, o seu mártir, que morreu crucificado. Ele sim, foi um exemplo para todos nós, pela forma como ajudava os mais necessitados e também os mais injustiçados, segundo rezam as lendas inscritas nos livros mais novos do testamento...
Voltando à nossa conversa, gostávamos que as pessoas pudessem escolher, livremente, e sem qualquer tipo de condicionalismo: o direito de vivermos até ao fim... ou o direito a morrermos com a dignidade que desejarmos.
(Fotografia de uma campanha publicitária da Benneton, dos anos 1990, de autor desconhecido)
Eu gostava sobretudo que fosse dado às pessoas uma melhor saúde, especialmente em cuidados continuados. Não sou contra a Eutanásia, mas confesso que tenho um bocado de medo da forma como poderá ser interpretada essa lei, e depois de ter lido ontem no sábado o Dr. Jara que eu conheci muito bem, (frequentei regularmente o seu consultório psiquiátrico durante 8 anos com meu filho,) ainda fiquei com mais dúvidas. E recordo uma altura em que minha mãe estava há mais de um mês em coma no hospital do Barreiro, e numa sexta feira a médica me disse que a minha mãe, estava por horas, e que eu devia avisar a restante família se quisesse despedir-se dela para o fazerem na visita desse dia. Chamei os meus irmãos e com o meu pai e os netos, todos foram nesse dia despedir-se dela durante a visita. Esperámos durante horas com o telefonema a comunicar-nos o seu falecimento, e no dia seguinte à hora da visita fomos encontrá-la sentada a ver os farrapos de neve que caíam.
ResponderEliminarUm abraço e resto de bom domingo
Nem sei o que dizer, Elvira, com o episódio que se passou com a sua mãe...
EliminarMas temos de pensar, nos "seres vegetativos", sem recuperação e qualidade de vida, ou nas pessoas que sofrem de dores inimagináveis, sem qualquer tipo de melhoria...