A frase foi mesmo esta. Ainda estive para a substituir por mulheres, mas ia "colorir" a conversa, que tive com o Alex, músico a quem o tempo roubou a estrela de famoso, como guitarrista de uma das várias bandas históricas do rock português (e que finge ter apagado na sua "história", pois evita falar disso...), e com o Bernardo, que escreveu em tempos que já lá vão, em jornais, tal como eu.
A "gaja" de quem falávamos era uma moçoila, cinquentona como nós, que estava a pouco mais de três metros da nossa mesa, e segundo eles, quase irreconhecível, graças à soma de algumas rugas com uns bons trinta quilos. Nem os seus bonitos olhos claros escaparam, tinham perdido o brilho, tal como o louro dos cabelos.
Fiquei a saber que era a "boa" da rua do Bernardo, e como costuma acontecer neste casos, não lhes dava qualquer confiança. Fez passagens de modelos em discotecas e alguma publicidade, antes de casar com o filho do dono de uma rede de boutiques, que foram engolidas pelo "progresso" (acho que já não existe nenhuma, nem mesmo lá para a Cruz de Pau...).
«A exclusividade às vezes paga-se caro», insistiu o Alex, com seu sorriso malandro. O Bernardo também sorriu, antes de dizer ao amigo que nem todos podem ter a fisionomia elegante dos "roqueiros", alimentada pelos muitos quilos de erva, filtrados pelos pulmões, e claro, pelas centenas de litros de bagaço, wisky e outras mistelas que ficam a fazer cócegas ao fígado, para todo o sempre.
«A exclusividade às vezes paga-se caro», insistiu o Alex, com seu sorriso malandro. O Bernardo também sorriu, antes de dizer ao amigo que nem todos podem ter a fisionomia elegante dos "roqueiros", alimentada pelos muitos quilos de erva, filtrados pelos pulmões, e claro, pelas centenas de litros de bagaço, wisky e outras mistelas que ficam a fazer cócegas ao fígado, para todo o sempre.
A Alex disse que sim, pelo menos deviam ajudar a queimar gorduras e deu os exemplos da Kate Moss e do Keith Richards, sem perder a graça.
E depois concluiu com o óbvio desenhado pelos seus olhos: «Não há qualquer dúvida, as gajas estragam-se muito mais que nós.»
(Fotografia de Luís Eme)
Luís, é verdade que normalmente o envelhecimento é mais notório nas mulheres, mesmo já havendo bastantes a ter mais cuidados para contrariar esta tendência.
ResponderEliminarO facto de o envelhecimento ser socialmente mais estigmatizante para as mulheres, também ajuda à festa.
É verdade, Isabel.:)
EliminarNem sempre, Luís, nem sempre. Agora com as plásticas, algumas já parecem filhas de si mesmas.
ResponderEliminarAbraço
Pois é, devia ter lembrado o Alex da Lili. :)
EliminarÉ bem verdade, Luís! As gajas têm filhos, têm menopausa, têm depressões tratadas a quilos de antidepressivos. E nem todas têm possibilidades físicas ou monetárias para ginásios e plásticas... C'est ça...
ResponderEliminarBeijinho.
Sim, a vida continua a ser mais fácil para nós, Graça... até fisicamente.
EliminarAcho que não se pode generalizar mas achei muito bonito este texto.
ResponderEliminarClaro que não, Marta, foi só uma conversa de homens. :)
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