sexta-feira, fevereiro 09, 2018

A Nossa Vida Dentro dos Filmes...


Desde sempre que deixo que os filmes se misturem mais com a realidade que os livros... 

Talvez seja devido ao facto das personagens serem de carne e osso, terem um rosto, terem uma voz... 

Estava a ver o filme a passar e a sentir a ligeireza com que ele era capaz de se intrometer na minha vida. Aquele era eu, estava ali a ser retratado, a passar pelos mesmos problemas que a personagem...

Sorri, quando me lembrei que comecei a acabar um namoro praticamente à saída do cinema. Voltei a andar atrás no tempo, voltei a ver "Setembro" de Woddy Allen, onde percebi, com uma nitidez pouco vulgar, que me andava a enganar a mim próprio, e também à "mulher-vitima", quase no fim dos anos oitenta. 

Sabemos quase sempre que o amor é uma coisa diferente, mas fingimos não perceber... por mais que uma razão. Uma delas prende-se com a solidão, que nem sempre é boa companhia...

(Fotografia de Luís Eme)

2 comentários:

  1. È uma grande verdade essa. Para evitar esa solidão, muita gente cai num casamento, onde o amor finge estar presente. Nos anos 60, tinha uma tia, que era vitima de maus ratos do marido. Questionei-a. Porque não se separava dele. Sabe o que me respondeu? "Para acabar os meus dias sozinha? Vale mais ter um mau amor, que não ter nenhum"
    Não entendo isso apesar da solidão ser o meu maior terror. De qualquer modo, penso que eram outros tempos, outras mentalidades, penso que as mulheres de hoje já não pensarão assim. Mas lembro-me sempre dessa minha tia, cada vez que oiço relatos deviolência sobre as mulheres.
    Um abraço e bom fim de semana carnavalesco

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    1. Somos todos diferentes e todos iguais, Elvira...

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