«Eu sabia que havia muita gente que achava que me vestia como as putas, foi por isso que ao descobrir o preço das rendas de casas, acabei por decidir morar no local onde elas trabalhavam. Sim, no Intendente.
Foi um desafio e pêras. Nos primeiros tempos houve espaço para tudo, puseram-me dentro de anedotas e ofereceram-me demasiadas frases de muito mau gosto. Mas o que poupei em dinheiro compensou...
Até que o actual primeiro-ministro, então "mayor" de Lisboa, decidiu instalar-se por lá e fazer daquela zona histórica em engates e facas na ligas, num bairro quase normal.
Uma das maiores mudanças que senti foi no olhar dos homens. Senti que começaram a lavar melhor a cara de manhã, pois tinham menos sujidade nos olhos, desde a estação do metro ao trajecto que costumava fazer até à universidade.»
(Fotografia de Luís Eme)
Luís, assim que te li recordei-me que há quase um ano passei uns dias no Intendente, onde fiquei alojada . A minha impressão: http://nascernapraia.blogspot.pt/2016/04/atraves-de-uma-fotorreportagem-da.html?view=flipcard
ResponderEliminarContinua a ser uma zona estigmatizada, apesar das melhorias. E uma delas passa pela segurança. Há uns anos era impensável uma mulher andar por ali sozinha às duas da manhã, sem que não fosse associada à prostituição ou sem que tivesse problemas.
Andei atualizando leituras.
ResponderEliminarNão conheço muito bem Lisboa, portanto Intendente só de ouvir falar, e nos anos 60 quando vivia em Monsanto, em casa de meu tio que era guarda-florestal, o Intendente, como Monsanto eram zonas de má fama.
Um abraço e bom fim-de-semana