Entramos no auditório Lopes Graça do Fórum Romeu Correia e descobrimos a sala a média luz, os actores estão entretidos a jogar à bola no palco, acompanhados pelo som de uma bateria e de uma viola baixo.
Ficamos a pensar que talvez seja o "aquecimento", para os actores e para o público...
Depois iniciou-se o verdadeiro espectáculo teatral, um misto entre o musical e a comédia, mas distante do romance adaptado. Senti-me meio perdido e experimentei um sentimento de frustração no meu olhar de espectador, porque aquilo não eram os "Bonecos de Luz" do Romeu...
Mas depois do quarto de hora inicial, em que todos andámos a "apanhar bonés", a peça começou a ganhar o jeito do romance, as personagens encarnaram os seus verdadeiros papeis e além do Zé Pardal e do Biganga, apareceu o Ti Paulino, a filha, Miquelina, e os homens que levavam os "bonecos de luz" de terra em terra, o patrão Nicolau e o Lopes, o projeccionista da máquina cheia de manhas...
E ai sim, o romance passou a ser descrito com graça. Depois o Zé Pardal despiu a farpela de futebolista de rua de gosto duvidoso (com a camisola do Ronaldo que se vende nas feiras...) e encarnou a personagem do Charlot, ao vestir as roupas da viúva rica e ao calçar as botas enormes do falecido marido. E o musical e a comédia transformaram-se em drama..
Felizmente a peça acabou bem, para mim e para todos os espectadores, e a Companhia de Teatro de Almada está de parabéns pelo trabalho realizado.
Até porque o mundo não mudou assim tanto, se olharmos apenas para as pessoas e esquecermos as "máquinas"...
Até porque o mundo não mudou assim tanto, se olharmos apenas para as pessoas e esquecermos as "máquinas"...
(Fotografias de Luís Eme)
Que bom que valeu a pena.
ResponderEliminarHoje eu vim deixar um abraço especial, não para o amigo, mas para o pai que é.
Um abraço e feliz dia.
Tenho dois livros de teatro que o Romeu Correia me ofereceu...
ResponderEliminarUm abraço, Luís.
"bonecos de luz", está muito bem. :)
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