Embora concorde com o teor da carta que o "cinema" (praticamente todas as pessoas envolvidas na indústria...) enviou ao Governo, sei que as coisas nunca foram exactamente como são "pintadas" neste manifesto.
Quando dizem: «[...] A
política cultural que permitiu este cinema e que abriu as portas à
diversidade, assentou em Leis do Cinema e num Instituto Público, o ICA, que as
aplicou, organizando de forma continuada concursos públicos para o apoio
financeiro à produção de filmes, com regras de participação transparentes
e critérios de avaliação compatíveis com uma política promovida pelo
Ministério da Cultura e com júris escolhidos pelo Instituto cujo perfil é
definido por lei como “personalidades com reconhecido mérito cultural e
idoneidade”.[...]», esquecem uma série de "privilégios" em benefício de Manoel de Oliveira, ou ainda de João César Monteiro, que até se deu ao luxo de fazer um filme sem imagens ("Branca de Neve"), que se foram prolongando no tempo.
Mas esse é um mal do nosso país, criamos regulamentos, que deixam sempre uma ou duas alíneas abertas, para poder beneficiar a entrada de quem mais nos convém. O velho sistema da "cunha" nunca deixou de existir, e em épocas de crise, como a que continuamos a viver, ultrapassa todos os limites do razoável...
Sei que o cinema e o teatro, e até alguma música, têm de continuar a ser apoiados. É a única forma de subsistirem, porque continuamos a ser um povo pouco culto e facilmente manietado e manipulado, por tudo aquilo que não nos obrigue a pensar muito...
Mas era bom, mesmo muito bom, que o apoio estatal não fosse sempre para os mesmos, baseando-se sobretudo na qualidade dos seus projectos e não nos seus "nomes".
Concordo, Luís: "Mas era bom, mesmo muito bom, que o apoio estatal não fosse sempre para os mesmos, baseando-se sobretudo na qualidade dos seus projectos e não nos seus "nomes"."
ResponderEliminarUma boa semana.
Um abraço.
Era mesmo bom, Graça, em todas as áreas...
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