sexta-feira, março 25, 2016

Achamos Sempre Mais Graça às Raparigas que aos Rapazes

Como observador do "mundo que me rodeia" sinto que se acha sempre mais graça às raparigas que aos rapazes.

Posso falar inclusive dos exemplos cá de casa, pois a minha filhota sempre foi mais mimada e elogiada que o meu filho - e não estou a falar dos pais. Ou ainda de outros casos próximos, como o exemplo de dois gémeos falsos em que as suas diferenças de comportamento (a "lata" dela e a "timidez" dele...) e a forma como foram acarinhados durante o seu crescimento determinaram os seus percursos na vida adulta (ela mais certinha e ele mais errático...).

Isto pode ser entendido como palavra de homem, mas sinto que estou a escrever sem qualquer tipo de amarras de género. Basta olhar para as avós, para quem as suas "meninas" são sempre diferentes dos seus "rapazes". Sei que isto também pode acontecer como forma de defesa e de protecção, por estas saberem que o mundo que as espera continua a ser mais masculino que feminino (para não lhe chamar outra coisa...), pelo menos fora de casa.

Como a maioria dos comentários do blogue são femininos, estou curioso por saber o que é que elas pensam deste quase "não assunto".

(Óleo de Dima Dmitriev)

8 comentários:

  1. As "meninas" impõem-se mais, marcam melhor o seu território e reclamam mais atenção. De forma geral têm uma personalidade mais vincada logo desde dos primeiros anos. Não sei se em termos de atenção, da parte dos "outros", têm ou não mais, francamente não o sei :) Será que inconscientemente achamos que "elas" serão mais desprotegidas? :)

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  2. Luís, pois, eu penso que tem muito a ver com o que designas de 'palavra de homem'.
    As relações interpessoais, e não só, fazem-se de jogos de sedução, embora tenhamos tendência para restringir esta palavra ao universo amoroso. E quando esse jogo se faz entre elementos de sexo diferente, o cuidado aumenta porque o receio do desapontamento é maior. E isto joga-se entre familiares, inclusive na relação pais / filhos.
    Por opção só tive um filho, rapaz. Gostei muito de ter um rapaz e sempre existiu muita cumplicidade entre nós.
    Boa parte dos meus amigos são homens, com os quais vejo maiores possibilidades de se estabelecer diálogos sobre assuntos íntimos sem sujeição a julgamentos. Isto porque não é raro que as relações entre mulheres, de amizade ou familiares, sejam bastante permeadas por competição e fixação em minudências. E a diferenciação de género parece introduzir ali um ponto de equilíbrio.
    Falo de generalidades, claro, e sei que estou a expor o peito às balas. É o que penso e sinto.
    Isso que falas das avós nunca me apercebi.
    Julgo que a educação das raparigas continua a ser mais protectora por razões culturais. Perduram determinados espectros... Talvez nesta matéria continue a contar muito o 'mas as mulheres engravidam'. Às vezes falo com amigos que têm filhas e que contam diferenças na educação.

    E voltando ao teu primeiro parágrafo, eu diria que nós, as raparigas, achamos sempre mais graça aos rapazes.

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    1. Acho que não é só palavra de homem, Isabel.

      Talvez vocês sejam educadas para seduzir...

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  3. Eu não queria concordar mas tenho de concordar: de um modo geral é mesmo assim. Elas são mais graciosas e mais gráceis até no vestir, no pentear, no presentear... E também são mais dissimuladas, mais sabidas, mais espertinhas na forma como hão de responder, falar, saber «ficar bem na fotografia»...

    Por outro lado, o meu neto mais novo, que tem carinha de anjo mas é um bom «safadito» também sabe ter esse tipo de comportamento... eh eh eh...

    O quadro é LINDO!

    Beijinho e Boa Páscoa, Luís.

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    1. é uma forma também de defesa, Graça, numa sociedade onde se finge que é o homem que manda.

      E que alguns maluquinhos violentos acreditam e pensam que é com violência que lá vão...

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  4. A minha família, materna e paterna, sempre preferiu os homens. Tendo sido a única neta de ambos os lados, nunca senti esse mimo ou essa preferência.
    Por exemplo, o meu irmão mais velho nasceu muito bonito, logo, para a família paterna, ele era bonito porque tinha saído ao pai e eu era feia porque saí ao lado da minha mãe; ou aquela que deveria ter sido minha avó paterna ter-me dito que eu não podia ir para a faculdade porque era gorda, quem tinha de ir era o meu irmão mais velho, por ser homem, e eu é que devia ir trabalhar para a fábrica (onde ele estava por opção).

    E daqui segue um rol de pequenos nadas que contrariam o teu texto (pelo lado que me toca :).

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    1. És a excepção que confirma a regra, Carla. :)

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