Antes do almoço vinha numa das carruagens do metro perto de cinco jovens que falavam descontraidamente das vantagens de se ser actor. Durante os poucos minutos que os ouvi, nunca se referiram a esta profissão como Arte, nem tão pouco ao talento que é necessário ter para se enfrentar o público numa sala de teatro ou uma câmara de filmar.
A única coisa que realmente lhes interessava era o dinheiro que um ou outro amigo tinha ganho com a participação numa série ou telenovela. O mais curioso é que nenhum deles tinha aquilo que se pode chamar de "bom ar", algo que nos dias de hoje é essencial para se aspirar a qualquer coisa no mundo do espectáculo.
Já depois das 16 horas fiquei a saber que o Nicolau Breyner tinha sido encontrado sem vida em casa.
Como já tinha pensado escrever algumas linhas sobre a conversa destes jovens, aproveito também para homenagear o Nicolau, um dos grandes actores portugueses. E ele bem podia ser olhado como um exemplo para estes jovens, do que é realmente ser actor, até por ser bom em todas as áreas de representação (embora não morresse de amores pelo teatro, pelas "repetições" do mesmo papel, noite após noite...).
Guardo na memória algumas excelentes personagens que interpretou na "sétima arte", onde oferecia uma naturalidade e uma relação com as câmaras pouco habitual no nosso país.
(Óleo de Pablo Picasso)
(Óleo de Pablo Picasso)
Um choque a morte de um homem tão talentoso, e que parecia estar bem de saúde.
ResponderEliminarUm abraço
A vida também é isso, Elvira...
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