quinta-feira, maio 07, 2015

Quando os Livros eram Objectos de Luxo...


Quando ouvimos alguém contar as peripécias que passava para ler acesso à leitura de um livro, pensamos que é uma coisa  muito antiga, do principio do século XX e nunca do começo dos anos 1970. 

Mas esta aventura não se resumia aos quilómetros que tinha de percorrer para conseguir chegar ao local onde uma das carrinhas da Gulbenkian parava, para a entrega e recepção de livros. Nem à viagem de regresso. O mais duro estava reservado para quando chegava à aldeia, onde alvo de chacota por todos aqueles que fingiam que ler era uma perda de tempo... 

O mais engraçado é perceber que o homem que conta este episódio, continua a ser capaz de sorrir com a situação, sem esconder o orgulho de ter lido tantos livros à luz da vela e a felicidade de nunca ter dado ouvidos a quem fingia detestar as palavras impressas...

O óleo é de Elizabeth Forbes.

4 comentários:

  1. Sei bem o que isso era. E por conta dos livros dei muito trabalho ao meu anjo da guarda. Conheceu uns candeeiros a petróleo pequeninos e bojudos que quando nós tombávamos se endireitavam sozinhos.? No nosso quarto havia um. Como a minha mãe não queria que nós lêssemos de noite, eu que dormia num colchão de palha de centeio, numa casa que era um barracão de madeira, para que ela não visse a luz, metia cabeça, livro e candeeiro, debaixo das mantas de trapo e lia horas a fio.Imagine o trabalho que o pobre anjo deve ter tido para que não me deixasse dormir e deitasse fogo à casa.
    Um abraço e bom fim de semana

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    1. que belo testemunho, Elvira, de outros tempos. :)

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  2. Ainda hoje, por cá, há muito quem ache que ler é, de facto, uma perda de tempo... Ler para quê?!

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    1. sim, até ministros e presidentes da república, Graça. :)

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