Acho que é o Vitorino que canta um poema que nos diz que mentimos por tudo e por nada (talvez até seja da autoria de António Lobo Antunes, que ele cantou em disco...). E é verdade.
Embora existam vários graus de mentirosos e vários graus de mentiras, ela circula por aí cada vez com mais descontracção. E nem o facto de ter "perna curta" incomoda os seus apaziguados.
Todos aqueles que tinham mais jeito para o "enrolamento" e para a "fabulação", mesmo das pequenas coisas, tiveram durante anos espaço garantido nas feiras, fosse a vender latinhas de "banha da cobra" ou mantas e cobertores - acho que são os primeiros vendedores que me lembro de ver de megafone na boca, cujo som irritante se ouvia a centenas de metros e em que toda a sua venda era transformada em leilão festivo, com o célebre um, dois, três, com este último número a durar uma eternidade, para dar tempo ao aparecimento de mais dinheiro.
Na actualidade as pessoas com as qualidades destes vendedores transitaram para a política, subindo os patamares existentes nesse mundo mais pela sua valia como comunicadores e vendedores, que como gente de carácter ou com ideias (embora existam uns mentirosos que gostem de dizer que a política é uma coisa séria...).
Eu nem queria ir por aqui, mas as palavras também gostam de liberdade e...
Queria apenas dizer que se mente por tudo e por nada e que nem precisamos de ter como ambição a subida a um palco qualquer para vestir a pele de "profeta" (que acaba quase sempre por ser da desgraça, por muito bem intencionadas que as pessoas sejam...). Mente-se por conveniência pessoal, por hábito, porque parece ser a melhor solução para enfrentar qualquer problema, e até para melhorar a realidade (também é por isso que existem pessoas que escrevem livros, peças de teatro e argumentos para filmes...).
O óleo é do Picasso (porque pintou por tudo e por nada...).
Tuas palavras são uma canção.
ResponderEliminarLuz Casal
Olá, Luz. :)
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