Puxava da lista da sua filmografia, com a participação em mais de 30 fitas e nós olhávamos uns para os outros, sem saber o que dizer. Escutávamos as suas palavras, naquela sua voz muito fininha, que não resultava em televisão ou cinema, a não ser para interpretar uma qualquer personagem complexa e ridícula. Só que, esses papeis complicados, estavam destinados para os bons actores e não para meros figurantes...
Ela merecia ser confrontada com a realidade, com o facto de nesses trinta e poucos filmes, não ter dito mais de trinta palavras...
Mas para quê? Estragava-se o sonho, a ilusão, ou o que lhe queiramos chamar.
Pensava que ela não sabia como era tratada nas ausências. Estava enganado. Foi ela que em disse, para não me preocupar se ouvisse chamarem-lhe a "actriz gorda". Acrescentando que era a prova de que era mesmo actriz...
Parecia ser um argumento forte, parecido como ela...
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
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