domingo, dezembro 15, 2024

Ministras com patas de elefante e voz de peixeiras


Este governo apostou, praticamente desde início, em ter políticos (neste caso particular, políticas...) com comportamentos pouco habituais, apontando o dedo de uma forma incisiva, e até ofensiva, aos anteriores detentores dos cargos.

A ministra do Trabalho enxovalhou na praça pública a Provedora da Santa Casa da Misericórdia, demitindo-a do cargo, deixando atrás de si uma série de acusações, a maioria das quais ainda não foram provadas.

A ministra da Saúde, já com um passado de confrontos com o director-geral do sector, preparou o terreno para que este se sentisse desconfortável e fosse embora. O que acabou por acontecer, com danos graves para todos nós...

A ministra da Cultura esteve à espera do último dia (em que se pode demitir sem indemnizar...), para demitir a administradora do CCB, acusando ao mesmo tempo o anterior responsável da pasta de compadrio e de partidarização da cultura. 

Não me lembro de existirem este tipo de acusações, de ministro para ministro, mesmo quando aconteceram vários casos, mais polémicos e prejudiciais ao país (alguns até de polícia e com o recurso aos tribunais), ao longo dos últimos quarenta anos de democracia.

Mas o mais curioso, é não se notar nada de novo, de verdadeiramente reformador, nestes sectores. Especialmente no da saúde, onde os problemas se têm multiplicado neste último ano...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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