quinta-feira, agosto 17, 2017

A Medalha tem Sempre Dois Lados...


Uma boa parte das pessoas que aparecem nas revistas de mexericos, olham para elas quase como o prolongamento dos espelhos que têm em casa. Estão sempre prontas a aparecer e a serem fotografadas (e se houver uns euros pelo meio, ainda melhor). Dizem que as festas fazem parte das  suas "vidinhas", normalmente com um sorriso e sem dramas...

Mas não são estas pessoas as que mais interessam às ditas revistas. Estas preferem as "figuras públicas" que se fingem discretas e que gostam de aparecer apenas quando lhes dá jeito. Os políticos e empresários estão no topo desta lista. Claro que, mais tarde ou mais cedo acabam por sofrer alguns dissabores, porque nunca ninguém gostou que depois de lhes abrirem as portas de casa, de par e par, as fechassem nas suas caras...

Este exemplo pode não ser o melhor para ilustrar a "polémica do momento" nas redes sociais, que tem como foco uma frase de João Quadros sobre a "careca" da mulher do ex-primeiro-ministro (um novo "cabeça rapada"...). Mas não anda muito longe. Como eu não tenho a memória curta, não esqueço que foi Passos Coelho e o seu partido que utilizaram a doença da esposa para retirarem dividendos políticos, exibindo a sua falta de cabelo em várias jornadas da campanha eleitoral de 2015. 

As palavras do guionista podem ser de mau gosto, mas quem anda à chuva, se se esquecer do chapéu de chuva, ou não o abrir, molha-se com toda a certeza...

(Fotografia de Cecil Beaton)

12 comentários:

  1. polémicas à parte (cada vez tenho menos paciência para as ditas)eu leio as palavras do João Quadros dirigidas a PPC e não há mulher, muito menos à doença de que sofre.
    É uma cena forte, ok., mas o alvo é PPC.

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    1. Tens toda a razão, Maria.

      Vou rectificar o texto, ele fala da "careca" (cabeças rapadas) e não do estado de saúde...

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  2. vi o post do Malomil e o teu comentário irónico. ao autor parece-me que também escapou a tua ironia, como passou ao lado (deliberadamente?!)da posta do JQ.

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    1. Até eu provavelmente não devia ter escrito nada sobre o assunto, Maria.

      Normalmente não escrevo sobre o que todos escrevem e comentam. Mas tenho a sensação de que o Quadros já escreveu coisas mais fortes e não houve tanta confusão.

      O facebook é mesmo um mundo, onde não estou nem pertenço...

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  3. ops, esquece a minha calinada é "à mulher" e não há :p

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  4. Luís, como se pode tirar conclusões acerca do aproveitamento político a partir da presença da mulher em jornadas políticas, como dizes? Quem assim o entende, acha que a mulher devia ter ficado em casa? E se ficasse em casa não diriam "olha a coitadinha, há tantas a passar pelo mesmo e que aparecem, vão à rua..."?

    Atenção, eu não estou a defender o que quer que seja em relação ao que a mulher devia fazer porque isso cabe-lhe a ela, assim como a mim cabe-me decidir sobre o que faço; também não estou a defender nenhum lado da barricada política porque isto, este chafurdar em charcos com estas coordenadas, não tem nada de bom.

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    1. Acho que não és assim tão ingénua, para não saberes como funcionam os políticos (aliás, os assessores, e os do Passos são dos bons...), Isabel.

      Quando se aparece e se fica na primeira fila, mesmo ao alcance das câmaras, não é apenas porque sim. Como diz o outro, não há almoços grátis.

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    2. Luís, mal seria se eu ainda não soubesse como funcionam os políticos.

      Neste caso concreto e outros da mesma natureza, considero que fazer esta interpretação é muito perverso e cruel.
      E digo isto pelo seguinte: todos temos ou não temos coisas, ganhamos ou perdemos, etc., também em função do que nos acontece na vida.
      Um exemplo: acontece com alguma frequência que um trabalhador que passou por doença ou acidente, inclusive de trabalho, que o obrigue a ausência prolongada, perca ao nível da sua integração.
      Outro exemplo: alguém confrontado com situação familiar grave que o patrão tem conhecimento e decide promove-lo nessa altura, de modo a aumentar-lhe o salário. Podemos dizer que o trabalhador tirou dividendos da situação? Ou vamos dizê-lo quando já tem o problema mais aliviado ou sanado?

      Talvez haja uma linha finíssima em centenas de situações e que tanto nos pode levar a conter os ânimos ou a cravar fundo a faca.
      Não estivemos já nalgum desses lados ou não temos fortes probabilidades de estar?


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    3. Isabel, os exemplos que deste, não têm nada que ver com este caso, da mulher de Passos Coelho, que sabia ao que ia, quando aceitou participar na campanha eleitoral, fragilizada, com o intuito de ajudar o marido a ganhar as eleições.

      É normal (mesmo que seja preverso...) que se faça uma leitura "mázinha", porque ela sabe que as pessoas gostam de "vítimas"...

      Nunca me esqueço que o Soares, da primeira vez que foi eleito para Presidente da República, só começou a subir nas sondagens, depois de ter sido enxovalhado na Marinha Grande...

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    4. (Não volto aqui com o intuito de ter razão, pois, tenho consciência de que estou contra a corrente, que gosto de estar no que a este assunto diz respeito e nada tem que ver com casmurrice. Penso de forma diferente, é apenas isso.)

      Luís, os exemplos que trouxe foi com o objectivo de fazer notar que há situações que acontecem na vidinha que fazem com que tenhamos ou percamos "coisas" e que aos olhos dos outros podem ser interpretadas como aproveitamentos e de até as pessoas se terem posto a jeito à custa de uma desgraça, como de certa forma foi aludido com o caso desta mulher.

      Depois, há normalidades que me afligem muito e por isso me bato contra elas, como é o caso destas leituras mazinhas.
      Também porque, se as alimentar ou pelo menos aceitar para os outros, estou a pôr-me a jeito para que me caiam em cima e não há ninguém a que não possam ser descortinados telhados de vidro.

      Quanto a mim, este assunto deveria servir para discutir mais uma vez se devem ou não devem existir limites para fazer humor. Já uma vez abordei esta questão no meu mural... Defendo que devem existir limites, sim. Nesta senda, considero que este assunto não deveria ser utilizado para fazer humor. O facto de ser aquela mulher ou outra, não tem qualquer importância na formalização da minha opinião.

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    5. Penso que sabes porque razão o Quadros disse que havia um segundo "cabeça rapada" na casa do Passos Coelho, Isabel.

      Foi graças ao seu discurso no Pontal, onde deu uma de "Trump", ao colocar em causa a proposta do governo para a legalização de emigrantes, porque para ele só quem tem dinheiro para comprar a estadia, com os famosos "vistos dourados", pode ficar em Portugal...

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