Sem poder dizer se isso é bom ou mau (pelo menos parece-me positivo), estou surpreendido com algumas das reacções à grande tragédia que atingiu os concelhos de Pedrogão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
O que mais estranhei até ao momento foi a contenção da "direita" que foi governo antes da "gerigonça", por normalmente serem bons a "jogar baixo", ao ponto de culparem os sucessores por erros próprios (cometidos quando governavam). Provavelmente fizeram-no a pensar nas últimas sondagens (cada vez mais baixas...) e não por qualquer coisa parecida com sentido de estado ou respeito pelas vitimas.
Mesmo os comentadores ultra liberais não trouxeram muitas achas para a fogueira. Criticaram as palavras "conciliadoras" e quase "conclusivas" do Presidente da República - com razão, até por se saber muito pouco sobre o que aconteceu... -, que mais uma vez falou demais... E também questionaram - mais uma vez, bem - o não fecho atempadamente das vias rodoviárias atingidas pelo incêndio, com os resultados que todos sabemos...
Sem se apontar dedos, a quem quer que seja, acho que é importante abordar tudo aquilo que não correu bem (neste e noutros incêndios), e fazer-se mesmo alguma coisa, para que uma tragédia destas dimensões não volte a acontecer. Se nos limitarmos a culpar a "trovoada seca" e a "assobiar para o lado", um dia destes já não há árvores para arderem (nem mesmo eucaliptos...) neste nosso canto, demasiado quente para o meu gosto.
Sem querer ser "moralista", sei que todos temos de mudar de atitude. Vivermos melhor ou pior, depende cada vez mais da forma como nos relacionamos com a Natureza. E é já hoje, não temos tempo para esperar por amanhã...
(Fotografia de Miguel A. Lopes - retirada do site do "D. Notícias")
Quando a tragédia é tão grande, as palavras sobram.
ResponderEliminarAbraço
Sobram só para alguns, Elvira.
EliminarHá quem ainda não tenha parado de falar, desde a tarde do incêndio.
Urge que os governantes reaprendam que "Prevenir é melhor que remediar". É óbvio que se tivessem praticado essa comezinha lição talvez os danos e as dores fossem infinitamente menores.
ResponderEliminarForte abraço,
Claro que seriam, José Carlos.
EliminarSó o pormenor das árvores estarem em cima da estrada (quando por lei deviam estar a dez metros da sua berma...), evitaria todas estas mortes.
E não falo no resto, das matas que continuam a não ser limpas, nem mesmo as próximas e dentro das povoações...