quarta-feira, agosto 17, 2016

O Álbum de Recortes que Chegou do Quase Nada...

Sabe que não foi um grande actor, mesmo assim ainda entrou numa dúzia de filmes e fez quase meia centena de peças de teatro.

Depois aceitou um emprego normal e deixou definitivamente o mundo do espectáculo.

Não guardou nada, nem sequer uma notícia de revista ou jornal da sua estreia. Já havia muitas invenções nesses quase loucos anos sessenta, em que se inventavam namoradas, para vender "plateias" e "crónicas femininas", com casais quase perfeitos, masculinizando os calvários e os garcias dos palcos e das canções. 

Foi sempre um corpo estranho naqueles bastidores, cheios de histórias proibidas, por uma coisa bastante simples para o comum dos mortais, ter o defeito "imperdoável" de gostar de mulheres. Embora na altura não o assumisse, foi também por isso que se afastou...

Não fazia ideia de que tinha tido admiradoras. Só quando há dias uma jovem lhe bateu à porta, para lhe entregar um álbum sobre a sua curta carreira, organizado pela avó, percebeu que a sua actividade artística não era tão vazia como pensara...

(Fotografia de autor desconhecido)

2 comentários:

  1. Essa documentação que se encontra passados uns anos é deliciosa...

    Há dias, num alfarrabista, estive a ver originais de personalidades importantes, nomeadamente poetas... Não é todos os dias que se vê um poema escrito pela mão do Eugénio, por exemplo. Pronto, instalou-se a tentação. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu também gosto de revisitar passados, Isabel.

      Mas há quem fuja deles a sete pés. :)

      Eliminar