Os incêndios dos últimos dias são apenas mais uma consequência deste país, à beira-mar plantado, constantemente adiado, gerido há tempo demais por políticos que colocam quase sempre os interesses particulares à frente dos interesses do Estado e de todos nós.
Se por um lado não querem perder eleições e tomar medidas pouco populares, por outro não têm vontade nem força, para lutar contra os muitos interesses instalados. E as reformas tão necessárias são constantemente adiadas... Continua a ser mais fácil despedir funcionários que fazem falta aos hospitais que encerrar institutos ou observatórios, cuja única utilidade é a oferta de empregos aos "amigos do partido"...
O mesmo se passa com o ordenamento do território - que vem sempre à baila na época dos incêndios (assim como a prevenção) -, que marca passo ano após ano, tal como o país, porque quando sair do papel vai mexer nos interesses imobiliários e industriais da "gente amiga" do costume...
E nós aceitamos tudo isto, como se se tratasse apenas de mais uma catástrofe natural.
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Até somos capazes de chamar "coitadinhos" aos bandidos dos incendiários (quase sempre a soldo de alguém...) e desculpá-los por isto e por aquilo.
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Até somos capazes de chamar "coitadinhos" aos bandidos dos incendiários (quase sempre a soldo de alguém...) e desculpá-los por isto e por aquilo.
É nestas alturas que mais me dói ser português...
(Óleo de Rene Magritte)
Concordo totalmente: reduzem tudo aos interesses económicos, quando sabemos que, no essencial, são os direitos fundamentais da pessoa humana que estão em jogo!
ResponderEliminarComungo da sua tristeza. Estou cada vez mais céptico, mas, em todo o caso, resta uma pontinha de esperança...
É muito triste e degradante o que se passa no nosso país, Petrus.
EliminarClaro que temos de ter esperança, mas...