sábado, agosto 06, 2016

A Ponte (não) é uma Miragem...

A ponte deixou de ser uma miragem no final de 1962, quando se iniciaram as obras do projecto público mais arrojado até então: a construção de uma ponte que unisse as duas margens do Tejo, junto à Capital (havia projectos desta travessia com quase um século...). 

Mas as coisas até correrem bem, menos de quatro anos depois foi possível fazer a festa da sua inauguração, há exactamente 50 anos...

Este poema que aqui publico foi escrito para ilustrar com palavras uma exposição que fiz ("A Ponte é uma Miragem"), cheia de pontes e de Tejo, da qual também faz parte a fotografia publicada.

A Ponte é uma Miragem

a ponte é uma miragem
que ultrapassa a exposição
pois é também uma viagem
do olhar e dos sentidos
que buscam inspiração
e querem que a ponte seja mais
que uma simples passagem.

olhar que se cruza
com um Rio de “visões”
tanto a norte como a sul
e que se deixa levar
em todas as direcções

sentidos explorados
pelo som que se confunde com o vento
de um tabuleiro povoado de carros
suspenso pelos cabos do tempo

sentidos encantados
pelas cores de um Tejo radiante
que pinta toda a paisagem
de uma forma contagiante
e transforma a ponte na tal miragem

                            Luís Milheiro

(Fotografia de Luís Eme)

3 comentários:

  1. Gostei muito do poema, Luís.
    Um abraço.

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  2. Foi escrito para apresentar as fotografias, Graça. :)

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  3. Luís
    nem sei de que gosto mais, se do poema se da foto.
    excelentes ambos.
    um beijo
    :)

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