Viajava no interior de uma das carruagens do metro de Almada quando reparei num homem que caminhava sozinho na rua.
Por não ter nada em que pensar naquele momento, fui durante uma boa parte da viagem a pensar nele. Ou seja, na estupidez que é (no mínimo), não se conseguir aceitar a homossexualidade de um irmão. Olhei-me ao espelho e pensei que se o meu irmão fosse diferente, não viria mal nenhum ao mundo, não deixaria de ser meu irmão. Muito menos me preocupava com o olhar dos outros e com as palavras trocadas nas minhas costas.
Embora nunca tenha falado no assunto (sei que dificilmente terei alguma hipótese...), penso que o Fausto tem muito mais problemas com o que os outros pensam, que com o que ele pensa... Foi por isso que preferiu apagar o irmão da sua vida, sem qualquer espaço para conversas.
A fuga para a frente e para os lados ainda é a arma escolhida nestes casos, dentro de muitas famílias, de preferência sem explicações e feridas expostas.
O óleo é de Lima Junior.
concordo em absoluto com o teu texto.
ResponderEliminartemos o dever de aceitar as "diferenças" dos outros.
:)
A dificuldade de aceitar os outros como são... A intolerância é muito mais comum do que imaginamos. Gostei muito deste texto, Luís.
ResponderEliminarUm abraço.
Por um lado a TV que nos põe a toda a hora casais diferentes no ar, por outro as famílias que não aceitam os seus por eles serem diferentes. Penso que uns e outros estão errados. Uns porque dão uma imagem de normalidade que não existe na vida real em vez de tentar educar as pessoas para que elas compreendam, que o que interessa numa pessoa, é se ela é boa ou má, se está feliz ou infeliz, se a amamos ou não. A sua opção sexual, é algo tão pessoal, que nem a sociedade nem a família têm nada com isso.
ResponderEliminarU/m abraço
temos, Piedade...
ResponderEliminarmuito mais mesmo, Graça.
ResponderEliminarmas são necessários esses casais televisivos, para que comecem a ser aceites socialmente, Elvira.
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