Fazia-lhe confusão, estar ali a exercitar o corpo, como tantos outros, naquele ginásio de recuperação e assistir quase a uma convenção sobre o dinheiro. As funcionárias falavam sem qualquer pudor das voltas que davam à vida. Não só faziam contas de cabeça como partilhavam as fórmulas mais que necessárias para darem a volta ao fisco.
Desagradava-lhe falar e ouvir falar de dinheiro. Preferia as conversas anteriores sobre as férias... como tinham sido, como iriam ser, de quem ia e de quem vinha.
Só que agora não havia como escapar à vidinha, era tempo de enfrentar o "mundo cão" que já estava ali ao virar da esquina. Ainda conservavam o castanho da pele, mas era tempo de pensar na escola dos filhos, no ATL, na livralhada, nos cadernos, nas mochilas, etc.
O dinheiro, sempre ele, a apoquentar quem vive do trabalho e sabe que nunca vai chegar a administrador do que quer que seja, que pelos vistos são os únicos, que, segundo os jornais, já estão a recuperar da "crise"...
O óleo é de Anatoly Levitin.
Pois é!
ResponderEliminarQuem menos ganha é quem aguenta com a austeridade...
Abraço
infelizmente, Rosa.
ResponderEliminarnão é por acaso que somos o país mais desigual da Comunidade Europeia.
Já vivi muito mal, já vivi sem problemas, embora também sem luxos, porém com o essencial. Hoje ainda não vivo muito mal, mas temo que para lá caminhe.
ResponderEliminarUm abraço
quase todos caminhamos para essa "estrada esburacada", Elvira, por culpa dos políticos miseráveis que têm governado o país.
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