quinta-feira, setembro 11, 2014

O Dia de Todas as Distracções


Tal como as pessoas da fotografia (de Thomas Hoepker), estávamos distantes do que estava a acontecer no coração de Nova Iorque, a 11 de Setembro.

Distância que se torna maior se pensarmos na nossa reduzida importância e até na nossa quase invisibilidade, que faz com ainda sejamos olhados como uma das regiões autónomas de Espanha (como era vontade de tantos intelectuais do século XIX, até mesmo Eça, que está sempre na moda nos momentos de crise, agora ainda mais com a adaptação de "Os Maias" por João Botelho...).

Esse distanciamento e a habilidade dos nossos políticos e comentadores - que só falam do que lhes dá jeito ou apetece -, tem feito que percebamos as questões externas de uma forma transversal, como tem acontecido com  o negócio das armas, dos estados "puritanos" que armaram iraquianos, afegãos, sírios, líbios, libaneses, etc, para algum tempo depois de fabricarem "monstros", virem defender a sua destruição...

O aparecimento do tão propagado  Estado Islâmico é lapidar. O importante era destruir mais um ditador, Assad (depois de Saddam e de Kadafi), sem sequer se pensar no que se poderia receber de retorno. Não se aprendeu nada (ou não se quis aprender, as fábricas continuam a produzir armas, o negócio não pára...) com as invasões ao Afeganistão e ao Iraque...

Para quem está de fora do negócio, parece que o feitiço está sempre a virar-se contra o feiticeiro.

Na realidade, não sei se é bem assim...

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