Às vezes somos surpreendidos pelo meio da semana que nos marca lugar na esplanada do nosso café e colocamos a conversa em dia.
Foi o que aconteceu na última vez que nos encontrámos. Estávamos os dois sozinhos e para não sermos egoístas, ocupámos a mesma mesa. Foi bom, falámos de tudo e mais alguma coisa, menos dos papeis secundários que ela passa a vida a fazer, tanto no teatro como nas telenovelas. Não é por falta de talento ou de graça, é porque "nunca calhou" e porque "agora começa a ser tarde". Sim, a Sandra já está a aproximar-se dos cinquenta, uma idade terrível para as actrizes...
Às vezes penso na quantidade de gente com talento que conheço, que não conseguiu chegar à parte do céu onde poisam as estrelas. Como o Gui diz, muitas vezes, há comboios que só passam uma única vez na nossa estação...
Mas não é apenas isso...
Por uma questão de educação, personalidade, e sobretudo dignidade, não conseguimos "fazer tudo", muito menos irmos na conversa das pessoas que estão quase a "cobrar bilhetes", à entrada da "carruagem dos nossos sonhos".
E o tal lugar estrelar, vai ficando, cada vez mais longe para a Sandra, como ficou para a Luísa ou para o João e para tantas outras pessoas, que passam o tempo a "lamber as feridas"...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Tanta gente que fica a ver passar o comboio que não pára!
ResponderEliminarAbraço
É verdade, Rosa.
EliminarAinda existem esses, que "nunca param nas (nossas) estações"...