sexta-feira, julho 04, 2025

Pode-se saber muito sem abandonar o "planeta terra"...


Eu sabia que podia ser uma chatice sabermos muito sobre um assunto qualquer, podíamo-nos tornar condescendentes com os outros, mesmo sem nos apercebermos. E se tivéssemos os hábitos de "professor universitário" de raramente "descermos as escadas" ou "apanhar o elevador", para voltar à terra e falar com os comuns, ainda pior.

Felizmente, há mais mundo nas ruas e nos transportes que nos levam, aqui e ali. Pode ser uma sensação de liberdade, quase indescritível, abandonar os gabinetes e as conversas chatas com os "sabões" e ir ao mercado, comprar cebolas, carapaus, sentir que é possível aprender com aquela gente despachada, e tantas vezes desbocada, que começa a sua "luta diária" ainda antes do sol nascer e mesmo assim consegue sorrir à vida.

 Claro que isto são palavras de "um não especialista", que cada vez mais, passa a vida a olhar os outros, a sentir o mundo a mexer-se, a uma velocidade que já não consegue, nem quer acompanhar. Mas está longe de ser um desistente, continua a caminhar e a olhar com nitidez para o que se passa à sua volta.

É por isso que fico feliz, por alguém, como o meu irmão, com uma carreira no ensino, de mais de quatro décadas, a maior parte dela passada na universidade, nunca ter perdido o nome próprio e passado a ser o "doutor"...

Claro que sei que isso também se deve aos meus queridos pais, e numa percentagem menor, aos meus avós maternos, que sabiam tanto, mesmo sem terem tido a possibilidade de conhecer as escolas por dentro, na sua infância.

(Fotografia de Luís Eme - Minho)


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