Assim que o meu barbeiro começou com o já habitual "discurso anti-emigrantes", comecei a desmontar uma boa parte das suas teses populistas com a realidade, com as aldeias e os campos que quase só albergam gente idosa, pelo que a mão de obra tem de ser obrigatoriamente estrangeira. Acrescentei que esta também era a escolha preferida dos exploradores da agricultura intensiva, porque assim têm sempre a possibilidade de ter metade dos seus trabalhadores em situação ilegal, o que lhes poupa uns cobres no pagamento para a segurança social e para as finanças.
Claro que ele não gostou de ser contrariado. Ninguém gosta. Foi por isso que se escudou na frase: «Já não posso ter a minha opinião?»
Claro que pode. Em democracia pode-se quase tudo, até navegar no erro e mostrar a nossa "costela revolucionária", quase a par com a nossa "costela reaccionária"...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Sempre que estou em ajuntamentos, encontro gente dessa e não há nada que digamos que os faça mudar de opinião.
ResponderEliminarÉ uma canseira!
Abraço
Desta vez tenho impressão que o meu barbeiro ficou mesmo chateado comigo, Rosa. :)
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