Aqueles que achamos mais credíveis também "metem a pata na poça", porque na ânsia de dar a notícia, esquecem uma regra essencial do jornalismo, ouvir ou consultar sempre mais que uma fonte.
Há pouco, soube de um acidente no Tejo, entre uma das barcas de carreira do Barreiro e um pequeno barco de pesca fluvial, que provocou dois feridos graves e dois desaparecidos, entre os pescadores.
Já escurecia e não consegui perceber o local onde se tinha dado o acidente, na minha varanda com vista para todo o Mar da Palha.
As notícias ainda eram vagas. E como de costume, foi o CMTV o primeiro a dar a notícia. Falaram logo do embate entre um "Ferry" do Barreiro e uma embarcação de pesca. Poucos minutos depois mudei para a SIC Notícias e ouvi uma outra notícia, o acidente tinha sido perto de Cacilhas, entre um Cacilheiro que fazia a ligação entre Lisboa e a Localidade Ribeirinha, e um barco de pesca.
A aproximação entre as notícias ainda demorou algum tempo. O mais curioso, é que eu pensava que quem estava errado era o CMTV, pela sua ânsia em "ser o primeiro"... O seu erro foi me depois transmitido pelo meu filho, por eles insistirem no "ferry", que é a denominação de um barco misto, que leva pessoas e viaturas.
Claro que é um erro de só menos, quando comparado com o do canal noticioso da SIC. Embora o rio seja largo e extenso rente a Lisboa, é quase como nos enganarmos na rua onde ocorreu um acidente, pois as rotas seguidas pelos barcos de carreira para Cacilhas e para o Barreiro são completamente diferentes...
O grave da situação (para além dos dois desaparecidos), é ser normal esta discrepância de notícias, às quais nem sempre damos a atenção devida, por estas serem cada vez mais tratadas com o guião das "telenovelas". E muito menos os jornalistas dão a "mão à palmatória"...
(Fotografia de Luís Eme - Tejo)
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