segunda-feira, outubro 07, 2024

O futuro, afinal, é hoje...


Um amigo meu, poeta, há mais de meia-dúzia de anos (o tempo passa por nós cada vez com mais velocidade...), lastimava-se pela falta de comentadores no seu blogue (que agora só está aberto a convidados). Perguntava-me, qual era a "fórmula" que eu tinha, para ter comentadores, em todos os meus textos. Eu abanava os ombros, porque não havia nada de fora do normal, aqui no "Largo". Tentava responder de uma forma agradável a quem por aqui passava, apenas isso.

Já não sei bem quando foi, mas a partir de certa altura, defini que este era o meu blogue principal, e tomei a decisão de que este seria o único onde responderia aos comentários, por ter cada vez menos tempo para dedicar à blogosfera.

E entretanto, nos últimos meses, fui perdendo os comentadores habituais. Aceitei-o com a normalidade possível (eu também comento cada vez menos nos outros blogues...). E hoje, a maior parte dos meus textos não merecem qualquer reparo dos leitores, positivo ou negativo (curiosamente, as estatísticas dizem que as visualizações aumentaram...).

Sinceramente, não é nada que me preocupe demasiado. Até porque este meu "Largo", funciona muito como diário. Às vezes não tenho nada para dizer e obrigo-me a escrever qualquer coisa, só como exercício.

O único problema, é sentir que o "Largo" se tornou um espaço cada vez mais pessoal. Ou seja, escrevo cada vez menos a pensar nos outros e mais em mim. Talvez até esteja a exagerar, e publique por aqui demasiados "estados de alma"...

Paciência. Ninguém é perfeito. E parece que o futuro, afinal, é hoje...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


8 comentários:

  1. Bom dia
    Não comento em todos os blogs que sigo , ate porque por vezes o assunto não é propriamente do meu conhecimento e penso que não estou à altura de o comentar porém o "Largo" é dos que mais leio e nem sempre faço comentário precisamente pelo motivo atrás mencionado, mas confesso que é um dos que mais gosto e aprecio .

    JR

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    1. É normal que assim seja, Joaquim.

      E por sermos animais de hábitos, se deixarmos de fazer qualquer coisa, por mais simples que seja, passa a ser normal passarmos sem ela.

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  2. Continuo a ler. Comentar é mais difícil. Ainda agora me pediu logins, password, verificação de conta... Olinda Gil

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  3. Eu comento pouco, mas leio muito!

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    1. Eu também leio muito mais que comento por essa blogosfera fora, Tintinaine. :)

      Eu resolvi escrever sobre isto, por não ser drama nenhum. O único problema é escrever cada vez mais para mim (e devia pensar mais em quem está desse lado...).

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  4. Frequento, quase diariamente, não mais de três ou quatro blogs e gosto de comentar pois, para além de me dar prazer, sinto que me estou a solidariezar com quem me proporciona conhecimento e está desse lado a pensar nos outros (fenómeno cada vez mais escasso nos tempos que correm -no meu prédio há uns vinte ou trinta monos que mal sabem dizer bom dia-).
    E o Luís, para além de escrever bem, consegue trazer-nos diariamente temas sempre interessantes.
    Eu não sou de Almada mas, ainda uma criança (11 anos) deixei os meus pais para vir estudar para Lisboa (neste caso Almada, para casa de um tio meu, na Rua Infante D.Luís), lembro-me que andei um ano na Escola António da Costa e mais um ou dois na Emídio Navarro.
    Recordo ainda que, no fim das aulas, ia jogar à bola para um grande terreno descampado que se situava mesmo em frente ao então já existente Café Central.
    Alguém ainda se lembrará deste terreno?

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    1. Eu não me lembro desse terreno, porque só vim viver para Almada em 1987, Severino. Mas muita gente ainda se lembrará. :)

      Os blogues acabam por ser também um espaço de resistência, provavelmente até contra o futuro...

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