quarta-feira, setembro 01, 2021

Um Olhar pelo Interior (esquecido e abandonado)


Fui passar o último fim de semana à Beira Baixa, e mesmo em Agosto (há sempre gente que vive lá fora e cá dentro, que aproveita o período de férias para visitar os familiares, dando alguma vida às aldeias...), é impossível passar ao lado do abandono e do esquecimento a que está votado o interior.

É por isso que continuo a perguntar: como é que um país tão pequeno, se foi tornando tão desequilibrado, década após década?

Haverá várias respostas, quase todas ligadas aos políticos que nos têm governado, tanto à direita como à esquerda. Em quase meio século de democracia, privilegiaram sempre a Capital e o Litoral, fazendo de conta que o resto do país não existia...

Os projectos para ontem e hoje levaram sempre a melhor sobre os projectos para amanhã. Os nossos governantes nunca procuraram desenvolver o país como um todo, os interesses particulares sobrepuseram-se quase sempre aos colectivos. 

E quando existem investimentos no interior, são também quase sempre de curto prazo. O objectivo dos investidores é "sugar" tudo o que lhes for possível (inclusive às Autarquias, que lhes oferecem vários incentivos e benesses, sem conseguirem que que estes contribuam para o desenvolvimento local), no mais curto espaço de tempo.

É por isso que nos vários passeios que tenho feito por esta região, além das muitas casas abandonadas, em ruínas, também encontro algumas unidades, industriais e agrícolas, relativamente recentes (já do tempo da União Europeia e dos respectivos fundos...), fechadas e a degradarem-se, dia após dia...

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


4 comentários:

  1. Tudo verdade...mas a foto é linda!

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    1. O nosso interior não deixa de ser lindo, Maria. :)

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  2. Bom dia
    Nasci e sempre vivi no litoral , mas adoro o interior , onde quase sempre aproveito para passar as minhas pequenas férias .
    Quanto aos mais variados governos não se preocuparem com o interior , é a mais pura das verdades , a não ser em época de eleições .

    JR

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    1. Pois é, Joaquim, estamos no tempo das "promessas" do costume...

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