quarta-feira, junho 23, 2021

Portas Fechadas, Marcações e Campainhas (o velho país com dois dentro de si)...


A chamada sociedade civil, logo que lhe foi possível abriu as portas dos seus estabelecimentos, seguindo as regras de segurança da DGS. Além de marcações para distanciamentos e do gel desinfectante, colocaram na entrada um papel indicativo do número de pessoas que podiam estar no interior das suas casas de comércio, com a respectiva máscara.

Uma boa parte dos lugares públicos, com o selo do Estado (especialmente os ligados a câmaras e juntas de freguesia...), mantiveram as portas fechadas ao público. Atendem apenas por marcação, e para se saber uma informação, por mais simples que seja, temos de tocar à campainha e esperar que alguém se digne a vir até à porta...

Ou seja, pode-se dizer que no campo laboral existem dois países dentro de um só. Sei que não se trata de um problema de hoje, mas infelizmente a pandemia ainda veio agravar mais as injustiças e desigualdades que existiam no mercado de trabalho. 

De uma forma simplista podemos dizer que de um lado estão os trabalhadores que tentam fazer o mínimo possível, sem que sejam vitimas de qualquer tipo de agravamento nos salários, nas funções ou de perda de regalias (normalmente são conhecidos por "funcionários públicos"...). Do outro, estão os que ainda têm de trabalhar mais, porque cada vez são menos nos seus empregos (se no inicio tinha de ser assim, agora dá jeito aos patrões terem poucos "colaboradores", capazes de trabalhar por dois ou por três...

Houve um período em que se falou em tentar fazer uma aproximação dos dois sistemas, mas como isso não interessa à maior parte dos governantes (não fossem eles também "funcionários públicos"...), o projecto ficou num papel qualquer, que já deve ter sido amassado e deitado para o lixo.

Esta realidade desigual faz com que uma boa parte dos portugueses continuem a aspirar ter um emprego no Estado (como dizem que o estado somos todos nós, até parece que querem ser "nossos funcionários"...).

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


4 comentários:

  1. Bom dia
    Sempre houve e continuará a haver quem se aproveite do mal para tirar proveito do mesmo . ( infelizmente )

    JR

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    1. Mas se existissem chefes competentes e com rigor profissional, era impossível existirem tão maus exemplos, conhecidos por todos, Joaquim...

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  2. É o resultado deste desgoverno que com a pandemia aprendeu a desgovernar mais!

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    1. Sim, este tempo tem sido óptimo para os "aproveitadores", Micaela.

      Tornou as diferenças ainda mais visíveis...

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