domingo, julho 01, 2018

O Dia Seguinte (de apenas mais um espectador de bancada)...


Sei que hoje não é o melhor dia para se falar de futebol e da selecção, que ontem se despediu do Mundial. Mas as coisas são o que são... e a nossa equipa nunca conseguiu ser convincente durante a competição (tal como já acontecera no Europeu, onde algumas alminhas ainda hoje dizem que a Senhora de Fátima, também andou por ali a jogar e nos ajudou a vencer...).

A primeira coisa que eu penso, é que é muito difícil encontrar um treinador perfeito (mesmo quando ele se chama José Mourinho, Fernando Santos ou Leonardo Jardim...), para uma selecção. Conseguir que jogadores que jogam em campeonatos de países como a Espanha, Inglaterra, França, Itália, Escócia, Rússia China, Alemanha, Turquia ou Portugal, em pouco mais de quinze dias, formem uma equipa, é uma tarefa para muito poucos...

Mas há pelo menos um aspecto, em que Fernando Santos é muito bom, bem melhor que os seus antecessores (Scolari, Queirós e Bento): consegue criar um ambiente saudável e solidário à sua volta, deixando bem vincado, que conta com todos os jogadores, que trata da mesma forma (com ele acabaram-se os filhos e os enteados...). Foram vários os jogadores "proscritos", que voltaram a vestir a camisola nacional com ele (Ricardo Carvalho, Ricardo Quaresma, Tiago, Bozingwa - infelizmente Vitor Baía já se tinha retirado e não pode ser reabilitado, ele que foi tratado de forma miserável pelo "treinador das bandeirinhas" e pelos dirigentes de então...) e com sucesso.

Agora como treinador do campo, Fernando é um técnico muito conservador, com tudo o que existe de negativo nesta palavra (joga quase sempre com os mesmos jogadores e com o mesmo modelo de jogo, raramente faz mudanças tácticas, e as substituições que realiza são cirúrgicas, porque normalmente não perde...).

Mas neste Mundial ainda aconteceu outra coisa, quando quis fugir da fama de "conservador", foi "traído" por algumas novas apostas que fez, como foram o caso das em Gonçalo Guedes, Bernardo Silva e Bruno Fernandes, que até para quem está na bancada, pareciam as melhores... Infelizmente nunca estiveram iguais a eles próprios. Medo? Se foi, não se compreende, os dois primeiros jogam nas duas Ligas mais competitivas do Mundo. Fora da posição habitual? Não vou por aí. Sombra de Ronaldo? Provavelmente sim... é sempre um erro jogar para, e com, um único jogador.

A ideia que temos de fora, é que quem lidera tem uma percepção da realidade diferente. Normalmente repara nas coisas demasiado tarde... Esquecemos que para o treinador os onze que estão lá dentro, são os melhores...

Embora tenha dificuldade em encontrar no José Fonte, qualidades para ser titular da selecção, percebo que não há grandes alternativas. A minha "costela" benfiquista diz-me que Fernando Santos devia ter apostado no Bruno Dias, mas podia ser mais um falhanço... E os nossos laterais são tão baixinhos... É também por isso que no meio-campo, devia ter apostado mais no Manuel Fernandes e no Adrien, por serem mais combativos e mais fortes fisicamente que João Mário ou João Moutinho... Em relação ao ataque não digo nada. Cristiano esgotou as "pilhas" nos dois primeiros jogos. Gonçalo Guedes, André Silva, Gelson Martins e Bernardo Silva, estiveram muito abaixo do que valem. Só mesmo Ricardo Quaresma mereceu todos os minutos que jogou...

(Grande lençol! Não era para escrever tanto, mas...)

(Se há alguém que voltou a demonstrar que é um dos melhores guarda-redes do mundo, é Rui Patrício - fotografia de autor desconhecido)

4 comentários:

  1. Eu só gostei de ver a Seleção jogar com a Espanha. Daí para cá foi confrangedor, e foi por sorte e não por mérito que chegámos aos oitavos. No último jogo então foi desanimador, ver jogadores de frente para a baliza em boa situação para o remate, andarem a fazer tabelinhas à procura do Ronaldo.
    Enfim como disse e muito bem Rui Patrício mostrou todo o seu valor, e poupou-nos a vergonha de resultados piores.
    Abraço e uma boa semana

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  2. Não vi os jogos. Mas fiquei com muita pena que tivéssemos ficado de fora tão cedo…
    Uma boa semana, Luís.
    Um abraço.

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