Laura Soveral deixou-nos ontem, aos 85 anos de idade, vitima de esclerose lateral amiotrófica.
Foi uma excelente actriz, que despertou para a representação já depois dos trinta anos (iniciou-se no teatro em 1964, no Grupo Fernando Pessoa, com João d'Ávila) e nunca mais parou de fazer teatro, televisão e cinema.
Valorizo sobretudo a sua memorável passagem pelo cinema. Deverá ser uma das actrizes portuguesas que fez mais filmes (um número próximo das três dezenas...) e que trabalhou com mais realizadores (Henrique Campos, Fernando Lopes, António-Pedro Vasconcelos, Manoel de Oliveira, Teresa Vilaverde, João Botelho - o "recordista"... -, José Fonseca e Costa, Margarida Gil, José Álvaro Morais, Marco Martins, Bruno Almeida e Miguel Gomes), entre 1968 e 2014.
(o facto de ter sido tantas vezes "escolhida", e escolhida por"tantos", diz praticamente tudo, sobre a sua qualidade artística e humana...)
Das dezenas de personagens que interpretou, a Maria dos Prazeres de "Uma Abelha na Chuva" - filme realizado por Fernando Lopes -, terá sido uma das mais brilhantes.
Pensamos que vale a pena recordar pelo menos uma dúzia dos filmes em que participou e que fazem parte da história do cinema português: "Estrada da Vida" (1968); "Uma Abelha na Chuva" (1972); Oxalá (1980); "Francisca" (1981); "Três Irmãos (1984); "Vale Abraão (1993); "Cinco Dias, Cinco Noites" (1996); "O Delfim" (2002); "Quaresma" (2003); "Alice" (2005); "Tabu" (2012), "Os Maias (2014).
É por tudo isto que não tenho grandes dúvidas que a Laura Soveral - a par da Isabel Ruth -, é uma das nossas melhores actrizes da Sétima Arte.
(Fotografia de Manuel Costa e Silva - "Uma Abelha na Chuva")
Também para mim.
ResponderEliminarAbraço
Ficam sobretudo os filmes que fez, menos efémeros que as peças e as telenovelas, Elvira...
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