quinta-feira, junho 14, 2018

Esta Vida de Cão...


Ontem fui perseguido de uma forma ligeira por um cão, aparentemente vadio. Andou atrás, ao meu lado, à minha frente, uns bons mil metros.

Olhava-me como não quer a coisa, mas ia mantendo a distância, sem abrir a boca e sem me perder de vista.

Reparei nas cicatrizes no focinho e no lombo, feitas por gente como nós. Pensei que, nem mesmo assim, ele deixava de acreditar nos "humanos"...

Talvez fosse o cão que morou durante algum tempo no quintal paralelo ao da minha sogra, que várias vezes recebeu das minhas mãos alguns ossos, para "enganar" a aparente falta de alimentação. Mas se era, estava muito mais velho, marcado e feio...

Desta vez, como precisava de comprar pão, acabei por lhe trazer uma lata de um "paté" especial para caninos. Mas quando saí da loja já ele já se tinha feito à estrada. Tive de o perseguir. Quando me viu ficou na defensiva. Como todos nós, sente-se mais confortável a seguir que a ser perseguido...

Dei-lhe quase um grito, ele lá parou e ficou a olhar-me, na dúvida, a alguma distância. Abri a lata, mostrei-lha e coloquei-a rente aos contentores e virei costas...

Assim que me viu a ir à minha vida, quase que correu, para ver a surpresa que o esperava...

A caminho de casa, lá fui pensando nos muitos "amigos" de animais que andam por aí, que além de os abandonarem à sua sorte, gostam de os tratar como "sacos de pancada"...

(Fotografia de Luís Eme)

7 comentários:

  1. Não sei se sabe que é proibido alimentar os animais vadios e pode ser multado. Parece que o PAN quer mudar isto.

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  2. Faz-me isso uma tal tristeza!!! A insensibilidade das pessoas face aos animais. Não há direito!

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    1. A vida não de faz com o direito, Graça.

      E o "torto" anda a vencer vezes de mais...

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  3. Muito triste Luís.
    Um abraço e bom fim de semana

    Á margem. Não vou de férias tão cedo. Tenho estado doente, ando a fazer exames médicos, só vou depois depois de ter tudo feito.
    De qualquer modo obrigado.

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  4. Cão como nós (segundo o outro)

    Gostei da descrição. :)

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    1. Sim, a insensibilidade chega a todos nós, Maria.

      Quanto mais frágeis estamos, mais alguma gente gosta de nos dar "pontapés"...

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