segunda-feira, julho 11, 2016

E Portugal Foi uma Festa...

Talvez só existisse mesmo uma forma de sermos Campeões Europeus, a que Fernando Santos escolheu, desde o inicio. Mas eu, como sou teimoso e nunca fui uma "maria vai com as outras", continuo a dizer que não era a minha.

Felizmente quando se ganha esquecem-se todos os equívocos e até "fetiches" de um treinador que conseguiu misturar Deus com o futebol, mas de uma forma mais simples que os antecessores, chamando vários anjos protectores para a baliza do grande Rui Patrício (que se fosse mais polémico, usassem duas ou três tatuagens e se enchesse de estilo, era considerado um dos maiores do mundo...) e não uma Santa, como Scolari, ou um "Bruxo" como Oliveira...

Falou-se muito de "patinhos feios". É por isso que não deixa de ser curioso e bonito que o golo da vitória na final, fosse marcado pelo jogador que foi até França apenas para fazer número (tal com o segundo e terceiro guarda-redes). Fernando Santos levou um ponta de lança, apenas porque fazia parte da tradição. E muitos teriam preferido levar o jovem André Silva ou outro qualquer, mas nunca o "pé frio" do Éder...

Na minha escolha (também fiz uma lista de 23 jogadores...), a única diferença em relação ao seleccionador foi a inclusão de André Almeida e a exclusão de Vieirinha. E isso aconteceu porque achava importante ter um lateral direito alto e não dois "minorcas", principalmente nos lances de bola parada junto à área portuguesa (e houve situações muito complicadas...). É também por isso que acho que esta foi a escolha mais consensual de sempre.

Os problemas só começaram com a escolha do onze titular. E não foi por acaso que empatámos os primeiros três jogos. O meio-campo sempre foi e é o sector mais importante para dar equilíbrio a uma equipa de futebol, e como tal, deveriam ter jogado os jogadores em melhor forma e também os mais rotinados no sector. Ou seja, William Carvalho, Adrien e João Mário, que jogam juntos - e com grande qualidade - há vários anos no Sporting.

Como se viu, o seleccionador só começou a perceber estes desequilíbrios quando o Europeu "começou a doer"... mas mesmo assim, sempre que podia lá metia o João Moutinho (até jogou parte da final onde continuou a ser uma "sombra" do jogador que foi...).

Criticou-se muito Cristiano Ronaldo, que voltou a apresentar-se numa grande competição longe da sua melhor forma. Faltava-lhe a mobilidade habitual (não conseguia ganhar os lances de um contra um) e a confiança (nunca falhou tantos livres e muitos deles eram à sua medida...). Mas foi um jogador diferente, um autêntico Capitão, que pensou primeiro na equipa e só depois nele. Até na final se percebeu isso (devia ter sido logo substituído...), em que preferiu sofrer e até agravar a lesão, a fazer o que era mais fácil.

Isso só aconteceu porque Fernando Santos foi sempre um treinador honesto e um verdadeiro líder, capaz de acarinhar e tratar todos os jogadores que levou ao Europeu da mesma forma. Só assim  se percebe que tenha criado um dos melhores ambientes em redor dos jogadores de selecção.

Claro que é um treinador muito conservador, muito agarrado aos seus princípios de jogo, mas não tem medo e sempre assumiu as suas opções (que nem sempre me agradaram...) e é a primeira pessoa a merecer este título de Campeão Europeu. Acreditou sempre, mesmo quando poucos acreditavam...

Foi bom sentir que todos os 23 jogadores lutaram pelo mesmo objectivo nos relvados de França: serem Campeões da Europa. Se Pepe, Nani, Ricardo Carvalho, William Carvalho, Ricardo Quaresma ou Rui Patrício foram confirmações, José Fonte, Rafael Guerreiro, Ricardo Sanches e Éder, foram muito mais que revelações, foram autênticos Campeões. 

(A escolha desta fotografia retirada do site do "Record", deve-se ao facto de mais uma vez termos tido um "herói improvável" nesta conquista europeia...)

4 comentários:

  1. Ando desde ontem à noite com os olhos rasos de lágrimas (parece-me que deve ser da tpm... ;) e nem vi o jogo (não consegui)!

    Soube bem a vitória por tudo o que faz parte do futebol e por tudo o que não faz parte, porque há umas gentes que têm de engolir uns sapos e isso sabe do melhor!

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    1. Que "mulher-emoção" esta Carla. :)

      Claro que soube bem, ganhar aos franceses, como saberia bem ganhar aos alemães. :)

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  2. Mas, desta vez, soube bem ganhar aos Franceses pois a sua arrogância (o autocarro já estava legendado -France Euro Champion 2016-), o seu desprezo pelos portugueses (o futebol dos portugueses mete nojo, etc etc.) foi uma coisa muito muito feia.

    Luís concordo com a análise (o Vieirinha é inferior não só ao Cedric (que esteve muito bem) como até ao André Almeida (que até é mais polivalente)).
    Os melhores jogadores portugueses foram o Rui Patrício (tão injustiçado que tem sido em Portugal, sobretudo pelos adversários do SCP) e o Pepe (magistral).

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    1. Claro que soube, Severino.

      Pelos nossos emigrantes e por todos nós.

      Não me lembro de ver "tão mau perder" numa grande competição como em França.

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