Quando me perguntaram: «Quando escreves ficção não te sentes num baile de máscaras?», fiquei surpreso e disse logo que não, sem perceber muito bem o porquê da pergunta.
Se há lugar onde nunca estive quando escrevo, foi num baile, com ou sem máscaras.
Ainda lhe tentei dizer que a ficção estava longe de ser um baile do que quer que fosse, acrescentando que era apenas uma forma de contar a verdade, utilizando personagens, ou seja, pessoas que apenas existem na imaginação de quem escreve, embora tenham tudo o que têm as pessoas que encontramos na rua.
Do outro lado veio apenas um sorriso, que percebi estar pouco convencido.
Claro que sei que não é uma coisa muito normal andar por aí a inventar histórias. E ainda pior quando o fulano que é mau rapaz pode ser confundido com alguém conhecido... Mas ninguém é perfeito.
Mas os bailes de máscaras são outra coisa...
(Óleo de Krzysztof Rzezniczek)
Luís, fiquei com a sensação de que aqui a expressão "baile de máscaras", e não esquecendo que estamos no plano metafórico, tem um sentido pejorativo.
ResponderEliminarNão consegui assimilar esse tipo de interpretação negativa.
As personagens criadas podem ser vistas como máscaras que se colocam, mudam... Não será?
Sabes que a ignorância sempre foi atrevida, Isabel.
EliminarHouve a tentativa de descredibilizar quem escreve ficção, mas sem saber "metade da missa".
Não vejo as personagens como máscaras, mas sim como gente, que quer ganhar vida própria, mesmo que seja apenas num livro...
Eu também levei para o lado "teatral" da coisa; a mudança... terá sido a pergunta colocada com esse tom?
ResponderEliminarFoi muito por aí, Laura, mas sem que a pessoa soubesse que escrever romances é diferente de escrever teatro...
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