Ao começo da tarde recebi um telefonema de gente amiga a convidar-me para o lançamento de um livro.
Nesse momento ainda não tinha a certeza se podia ir. Mas disse que ia tentar... Não só tentei como fui. E acabou por ser uma agradável surpresa esta apresentação.
Falo de "No Limite da Dor", que começou por ser um conjunto de entrevistas de rádio da Antena 1 a presos políticos, feitas por Ana Aranha, co-autora (juntamente com Carlos Ademar, que a desafiou a passar o programa para livro). Embora esta obra já tenha uma segunda edição e tenha sido lançado há dois anos, passou-me um pouco ao lado.
O grande atractivo desta sessão foi a presença de dois antigos prisioneiros políticos, Mário Araújo e José Pedro Soares (é um dos entrevistados, cuja existência ignorava...), que na época tinha apenas 21 anos e estava a cumprir o serviço militar e foi um dos presos mais torturados pela PIDE, pela sua intransigência em falar, em trair... ele que só foi preso porque um camarada seu não aguentou a dor e falou...
Durante o seu testemunho pensei em várias coisas, até na acusação que me foi feita em relação a um dos meus livros, por eu não ser independente na forma como falava do Estado Novo e da Oposição. E nunca poderia ser, até por não reconhecer qualquer legitimidade a governos ditatoriais. Esta acusação foi feita por um "salazarista"...
Vou ler o livro com todo o interesse, por razões óbvias.
Não conhecia.
ResponderEliminarAbraço e boa leitura.
Será, Elvira. :)
EliminarLuís, reparo que o prefácio é da Irene F. Pimentel, o que à partida lhe acrescenta valor ao selo de qualidade.
ResponderEliminarFaz-me confusão como ainda se tenta forçar tanto a imparcialidade em determinadas áreas e assuntos que precisam cada vez mais de opiniões, argumentação. massa critica.
Mais um para a lista!
(Reparo que está na 2ª. edição)
Quem gosta de saber mais coisas desse tempo tenebroso, será uma boa leitura, pela certa, Isabel.
EliminarPor muito que queiramos ser imparciais, é difícil, porque há toda uma educação, um olhar ideológico, que acaba por nos condicionar.
Agora, não se podem é fazer comparações com regimes autocráticos e com democracias. Posso perceber que existam pessoas que preferem viver num estado com pessoas de primeira e pessoas de segunda (se elas forem de primeira claro, das famosas "castas" familiares, que existem mesmo, e tem sido tão perniciosos para Portugal...).