Continuo a volta de uma história sulista, cheio de personagens (talvez estejam ali meia dúzia de romances...).
Hoje, ainda antes da nove da manhã, comecei a escrever sobre a modernidade, por ouvir uma notícia sobre o tempo que os nossos filhos passam à frente do computador, fechados no quarto. Inventei logo uma personagem (ainda mais desactualizada que eu no mundo das "virtualidades"...) e escrevi isto, sem saber em que capítulo ficará.
«Não sou a melhor pessoa
para qualificar o que é moderno ou não. Acho mesmo que não sei muito sobre o
mundo moderno, por não o frequentar com assiduidade. Gostar das coisas que vulgarmente
se chamam antigas, é capaz de ser um obstáculo.
Mas não é preciso ser muito inteligente
para sentir que a pessoa perdeu importância na sociedade, que a “máquina” –
cada vez com mais manhas - está a vencer-nos em toda a linha.
Dizem que são os adolescentes que estão prisioneiros
da virtualidade, mas acho que não. Somos quase todos nós, mais os que se deixam
hipnotizar pelos muitos jogos que nos oferecem e também por podermos mostrar ao
mundo o que não somos, mas gostaríamos de ser. Acho que o faicebuque
alimenta-se muito desses sonhos e frustrações. Claro que são palavras de quem
não “passeia” por esse novo mundo, um gajo antiquado e talvez desatualizado e
com medo de deixar de ter gente com quem conversar.
Além disso, passei muitas horas fechado no quarto durante a adolescência a ler livros, por isso...»
O óleo é de Liu Ye.
um texto necessário e acutilante.
ResponderEliminargostei!
:)
não sei se é tudo isso, Piedade.
Eliminaracho é que estou cada vez mais fora de moda. :)
A mim o que me faz mais confusão é entrar em qualquer lado e ver meia duzia de pessoas juntas todas a teclar ( melhor dizendo tocar) nos telemóveis em infindáveis mensagens, como se só assim soubessem comunicar.
ResponderEliminarUm abraço
é verdade, Elvira.
Eliminartenho saudades de visitar a minha aldeia, para ver se as pessoas ainda dizem bom dia e boa tarde, mesmo a desconhecidos...